O Festival Músicas do Mundo recomeça leva a Sines, até sábado, concertos, mais de metade gratuitos, aos quais a organização espera uma adesão muito forte por parte do público.
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Depois de, entre quinta-feira e sábado da semana passada, o certame ter recebido cerca de 16 mil espetadores, Carlos Seixas, diretor do FMM, afirmou estar convencido de que, durante esta segunda parte, "as pessoas vão aderir de uma maneira muito mais forte".
O responsável lembrou que, desde a primeira edição, em 1999, "já terão passado pelo festival perto de 600 mil pessoas, dois terços vindos de fora, que têm de comer, beber e dormir", garantindo que o evento "é muito importante para a economia local".
Apesar de considerar "desigual" a cobertura mediática que é feita ao FMM, em comparação com outros festivais de música de verão, Carlos Seixas revelou que, em 2011, as notícias que saíram, em julho e agosto, sobre a cidade e o certame, equivaleram a um investimento de "mais de um milhão de euros em publicidade".
Até sábado, o festival regressa ao castelo, juntando-se agora também o palco junto à praia (Pontal), que este ano tem outra localização, na avenida Vasco da Gama, devido às obras de regeneração urbana.
Todos os concertos no Pontal são gratuitos, assim como os espetáculos vespertinos do castelo, num total de 12 concertos de entrada livre, entre os 20 que fazem parte do cartaz.
Segundo o programador, o alinhamento desta semana tem "argumentos" fortes, a começar por uma confirmação de última hora, os congoleses Staff Benda Bilili, na próxima quinta-feira, que substituem Gurrumul, indisponível por motivo de doença.
"Tenho muita pena que o Gurrumul não tenha podido vir, porque seria um momento extraordinário com aquilo que é a música popular atual da Austrália", lamentou Carlos Seixas, que, apesar disso, não esquece a atuação "espetacular" que os músicos da República Democrática do Congo fizeram no concerto de encerramento do FMM 2010.
Também na quinta-feira, destaque para Fatoumata Diawara, considerada uma "nova estrela" da música do Mali, a par de Oumou Sangaré, que pisou o palco do castelo no sábado passado, e Rokia Traoré, que já passou por Sines, em 2008.
O diretor do certame salientou ainda a vinda do sul-africano Hugh Masekela, "uma estrela do mundo do jazz, um músico extraordinário, com um percurso irrepreensível", cujo espetáculo está marcado para sábado.
O responsável evidenciou igualmente o novo projeto do baterista nigeriano Tony Allen, com o norte-americano Amp Fiddler, que junta as cidades de Lagos (Nigéria) e Detroit (Estados Unidos da América) "que, num contexto de problemas sociais e económicos, fervilham de criatividade musical".
O projeto "Black Series" apresenta-se ao público no sábado e conta com a participação de uma secção de metais assegurada por professores da Escola das Artes de Sines.
Carlos Seixas mostrou-se convencido de que a 14.ª edição do FMM é um testemunho da "nova tendência" dos músicos "se procurarem e trocarem experiências", demonstrando que "não vivem segregados em géneros, nem em fronteiras".