"O rock'n'roll é feito de pessoas e instrumentos", defendeu Dave Grohl, a meio do concerto. Concorde-se ou não, os Foo Fighters comprovaram-no perante as 40 mil pessoas que marcaram presença no segundo dia do Optimus Alive.
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Dave Grohl é uma força da natureza. A genica com que pega na guitarra e se mexe faz com que fique com a camisa transpirada logo na primeira música. "Bridge Burning" e "Rope", do novo disco, "Wasting Light", foram as escolhidas para dar as boas-vindas ao público português, que só com "The Pretender" retribui calorosamente as investidas de Grohl.
Entre corridas de um lado ao outro do palco, Grohl segue para "My Hero" e pede a ajuda dos fãs, que não desiludem num refrão bem sabido. No meio do público, irrompe um clarão de luz e fumo, sinónimo de que alguém conseguiu entrar no recinto com um "very-light" ou engenho equivalente. Nada que roube protagonismo ao grupo, agora que Dave se aproxima dos fãs.
"Como estão? Nós somos os Foo Fighters. Prazer em conhecer-vos", começa o vocalista, que quando não salta imparável de canção para canção, é um comunicador nato, um provocador de sorriso colado aos lábios.
"Querem ouvir muita música? Somos uma banda há muito tempo e temos muitas canções. Temos uma longa noite, estão preparados?" O público dá resposta afirmativa e a banda cumpre a promessa: mais de 20 canções em quase duas horas e meia de concerto.
Seguem-se a contagiante "Learn to Fly" e as novas "White Limo", "Arlandria" ou "Walk" e, a propósito do novo disco, Grohl revela que este foi gravado na garagem da sua casa, apelando de seguida a um rock que se quer genuíno, mas pouco imaculado.
"O rock'n'roll é feito de pessoas e instrumentos, não de computadores", declarou.
E, de facto, o espectáculo que a banda dá em palco, com músicos incansáveis, prova que de instrumentos e homens vive o rock dos Foo Fighters.
"The Best of You" e "All my Life" são deixadas para o fim e recebidas com enorme entusiasmo, por uma plateia com menos 12 mil pessoas do que na primeira noite de festival, mas com vigor redobrado a emanar do palco.
"Times Like This" e "Everlong" ficaram reservadas para o encore, com os ponteiros do relógio a caminharem apressados para as 3 horas da manhã.