<p>A candidata do Bloco de Esquerda à Câmara de Coimbra considerou, ontem, quinta-feira, "ridículo" o investimento que tem sido feito em acção social, explicando que se gastou mais "em bustos, estátuas e luzes para as Festas da Rainha Santa Isabel". </p>
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Catarina Martins falou, ao JN, após uma visita às instalações da Associação Integrar, na Praça 8 de Maio, à qual não faltou o líder do partido, Francisco Louçã. De acordo com a professora universitária, há que "inverter a situação", apostando na acção social e na Educação, de olhos postos em "soluções de emprego".
A Câmara "tem de dinamizar a sua actuação no campo social. E tem de ser criadora de emprego público nesse domínio", sustentou. Isto sem deixar de lançar farpas ao presidente da edilidade, o social-democrata Carlos Encarnação, que está na corrida pelo terceiro mandato: "Anda a apregoar que tenta uma cobertura de 100% de creches, mas está a fazê-lo favorecendo os privados. A lei prevê que a câmara pode construir e gerir creches públicas".
"Desemprego" e acção social" foram expressões muito ouvidas, ao início da tarde de ontem, durante a visita do BE à Associação Integrar - Casa Aninhas. Francisco Louçã vincou-o, à saída, quando questionado sobre o encontro a essa hora a decorrer entre Cavaco Silva e José Sócrates. "O problema [das pessoas] é o desemprego, não são tricas entre instituições que não estiveram à altura da sua responsabilidade", defendeu.
Para trás, ficaram histórias de gente desfavorecida, como a de Paula Dimas, de etnia cigana, que chegou a estar inserida no mercado de trabalho, mas não continuou, por não suportar os encargos de trabalhar a recibo verde. E lamentos, da parte da IPSS - que apoia população em risco, deficientes, minorias étnicas - quanto à escassez de recursos. "Temos dificuldades financeiras, como é costume nestas instituições, mas tentamos fazer sempre mais e melhor", referiu Paulino Martins, vogal de Direcção da Integrar.