A eurodeputada do PS, Ana Gomes, afirmou este sábado que é necessário que os portugueses estejam "preparados para ver que os problemas do país não se resolvem com nenhum partido sozinho" e defendeu ser preciso fazer "um apelo àquilo que os une".
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A eurodeputada socialista falava num jantar-comício de campanha eleitoral, no concelho de Santa Cruz, destinado a mulheres militantes e simpatizantes do PS-Madeira que contou com a presença do líder regional do partido, Jacinto Serrão, no qual foi criticado o facto de a lei da paridade não ter aplicação na Madeira.
"Precisamos estar preparados para ver que os problemas do país não se vão resolver com nenhum partido sozinho, pelo que vamos ter que fazer apelo ao que nos une como portugueses", disse a eurodeputada.
Ana Gomes salientou que os portugueses em "diversos momentos souberam mostrar o que era a solidariedade nacional", dando como exemplo o temporal de 20 de Fevereiro de 2010, e sustentou que é preciso demonstrarem esse espírito e "unidade nacional, independentemente das diferenças ideológicas e políticas entre PS e PSD e outros partidos, para vencerem esta crise".
"Depois das eleições vamos ter que nos unir no que é essencial e vamos trabalhar para o que é o interesse do país para sair da crise e o papel das mulheres vai ser essencial", declarou.
Para Ana Gomes, "estamos numa fase muito complicada da vida do país e da Europa", acrescentando que "se tivessem mais mulheres ao nível direcção, se calhar esta não tinha as repercussões dramáticas que está a ter" porque as mulheres têm "mais capacidade de administração nas famílias e nas empresas, não têm a ganância nem a loucura consumista que levaram a esta situação".
"O país vai ter anos duros à frente e temos que fazer por ultrapassar a crise, arranjar os meios para investir na qualificação dos cidadãos, porque é isso que vai fazer com que Portugal volte a crescer, e tem de ter o objetivo do pleno emprego como um ideal", frisou.
O líder do PS madeirense, Jacinto Serrão, destacou que o objectivo de paridade, de igualdade entre géneros das Nações Unidas, estabelecido até 2015, "está longe" de ser alcançado.
"O PS está preocupado com a maior participação das mulheres na vida activa do país, mas existe muito caminho para percorrer e vamos continuar a lutar", sublinhou.
Jacinto Serrão realçou que "a nível regional, infelizmente, não houve vontade ou coragem política da Assembleia da República porque quando aprovaram a lei da paridade, que obriga a participação de um terço das mulheres, excluíram as regiões autónomas".
"Na Madeira não existe essa obrigatoriedade, os partidos políticos não estão obrigados a cumprir essa regra de participação de candidatos à Assembleia Legislativa", referiu, garantindo que o PS-M vai honrar esse princípio nas próximas eleições regionais.