Basílio Horta, cabeça de lista pelo PS, sucede ao social-democrata Fernando Seara na Câmara de Sintra, o segundo concelho mais populoso do país, superando o independente Marco Almeida numa luta renhida, que só ficou decidida já depois da uma hora da madrugada, quando começaram a ser conhecidos os resultados das freguesias urbanas e com maior índice populacional.
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Os socialistas estão assim de volta à presidência do município, 12 anos depois de Fernando Seara ter derrotado Edite Estrela, um resultado que então foi considerado uma das grandes surpresas do ato eleitoral.
Desta vez, a vitória do PS está diretamente associada à divisão do eleitorado de Direita, sobretudo do PSD que, em novembro do ano passado, viu a estrutura local fraturar-se quando Marco Almeida, vice de Seara em três mandatos, anunciou a sua candidatura à revelia do partido onde sempre foi filiado. Reagiu a cúpula social-democrata, avançando com o vice-presidente do partido Pedro Pinto, que ontem não foi além do terceiro lugar, com 14% dos votos.
Voto a voto
As sondagens que se foram fazendo ao longo das últimas semanas seriam confirmadas pelas projeções à boca das urnas. Um empate técnico entre PS e a lista independente "Sintrenses com Marco Almeida".
A vitória de Basílio Horta só seria confirmada quando foram conhecidos os resultados na freguesia de Queluz-Belas, onde o triunfo do PS foi mais amplo e decisivo. Ao todo, 1738 votos fizeram a diferença. Uma hora antes, Marco Almeida liderava com mais 374 votos...
Mas, como salientou o candidato independente no discurso em que assumiu a derrota, fez-se história em Sintra, com um resultado histórico num concelho sempre dominado em exclusivo por PS ou PSD.
Marco Almeida, que contou com o apoio de muitos ex-presidentes de junta eleitos por PS e PSD, obteve um resultado histórico, depois de uma campanha em que apostou na sua ligação ao concelho, naturalmente maior que qualquer um dos concorrentes.
De realçar que o PS vence mas perde mais de 10 mil votantes em termos absolutos, relativamente a 2009, quando concorreu com Ana Gomes como cabeça de lista.
A CDU, apesar de não ter grande oscilação na sua votação, passou de terceira para quarta força política, com 12,5%, enquanto o Bloco de Esquerda obteve 4,5 %.