Os candidatos a deputados do Bloco de Esquerda pelo círculo do Porto fizeram esta sexta-feira um roteiro pelas obras prometidas pelo PS em período eleitoral e que ficaram por cumprir pelo Governo, considerando que em campanha "tem que haver responsabilidade".
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O cabeça de lista do BE pelo Porto, João Semedo, acompanhado pelos deputados que voltam a integrar os lugares cimeiros da lista para as legislativas, Catarina Martins e José Soeiro, percorreram esta sexta-feira a cidade do Porto com os jornalistas, mostrando os locais onde deveriam ter nascido o Centro Materno-Infantil do Norte, o Campus da Justiça do Porto e a Cinemateca, três obras prometidas pelo PS nas anteriores campanhas eleitorais.
"Em 2005 e em 2009 o PS ganhou as eleições. Ganhou as eleições também com um conjunto de promessas de encher o olho. Seis anos, dois anos depois, muitas dessas promessas estão por cumprir", condenou João Semedo.
Segundo o deputado do BE, "a democracia, as suas escolhas são também momentos de balanço e de avaliação do que foi prometido e do que está ou não está cumprido", explicando que este roteiro "tem o objectivo de revelar algumas das promessas que o PS fez e que os seus governos não cumpriram".
A primeira paragem foi nos terrenos onde deveria ter nascido o Centro Materno-Infantil do Norte, "uma promessa que flagrantemente ficou por cumprir" e que, segundo Semedo "foi a principal bandeira eleitoral da campanha do PS, aqui no Porto, em 2005".
"Gostaria de dizer que este é um muito antigo projecto, acarinhado pela população da cidade e pela comunidade de médicos, enfermeiros e profissionais de saúde. É daí responsabilidade do PS - neste caso partilhada também com o PSD - que esta obra nunca chegou a nascer", criticou, acrescentando que "no momento em que PS, PSD e CDS subscrevem um acordo com o FMI que reduz drasticamente o já curto investimento público esta obra e outras também não serão construídas".
Seguidamente, foi no local onde, em Agosto de 2009 - um mês antes das últimas eleições legislativas - foi lançada a primeira pedra do Campus da Justiça do Porto, que a comitiva parou.
"A construção dos Campus da Justiça estava prevista ser concluída no primeiro trimestre de 2012 e até agora nem um tijolo. A única coisa que existe é um contrato que o Governo PS deixou nas mãos de um consórcio privado e que representa uma parceira público-privada, onde o Estado mais uma vez seja prejudicado em 100 milhões de euros", criticou Eliseu Lopes.
Sobre a Cinemateca, a deputada Catarina Martins recordou que esta "foi uma promessa de sucessivos Governos e os últimos governos do PS fizeram bastante questão em manter esta promessa mas na realidade nada acontece".
"Em 2009 deram-nos a certeza de que a cinemateca do Porto iria abrir em 2010. Em 2010 disseram-se que era em 2011. Neste momento as obras ainda nem sequer começaram", relatou.
Segundo Catarina Martins "nas campanhas não há só promessas, tem que haver responsabilidade, tem que se saber o que foi prometido e o que foi executado".