Retirar a maioria absoluta a Rui Rio foi o grande objectivo traçado por Francisco Louçã, ontem, no Porto. Mas, também em Gaia o Bloco de Esquerda promete travar o "poder absoluto" de Luís Filipe Menezes e eleger o seu primeiro vereador.
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No emblemático Cinema Batalha, a aposta recaiu nos combates que se travam na Invicta e em Gaia. E a mensagem foi a mesma que Francisco Louçã, grande convidado da noite, passou nas legislativas. Se o Bloco "contribuiu para vencer a maioria absoluta de José Sócrates", no Porto será "decisivo" para retirar a de Rui Rio, garantiu o líder nacional, notando que, "segundo a sondagem da TVI, João Teixeira Lopes (candidato do BE) é eleito, tirando o sétimo vereador" à Direita. No comício, Louçã chumbou o autarca, em matéria de "articulação entre câmaras, sistema de transportes e políticas social e cultural". E diz que Rui Rio "tem demonstrado uma estreiteza absoluta", sem admitir "críticas ou diferenças".
Para Teixeira Lopes, o BE "é a única" possibilidade de retirar a maioria absoluta a Rui Rio. E defendeu, também, que foi "a única" força que sempre se opôs ao actual presidente. Isto porque, argumenta o candidato, o PS tem votado "a maior parte das vezes" ao lado de Rio e a CDU "já aceitou um pelouro" no passado. "Eleger o primeiro vereador" é o objectivo traçado pelos bloquistas.
Seja qual for o resultado, Teixeira Lopes diz já ter conseguido algumas vitórias. As "seis mil assinaturas contra a destruição dos jardins do Palácio de Cristal e a privatização do Rosa Mota"; o facto de "Rio ter admitido que só recuperou um prédio na Baixa"; e de Elisa Ferreira "ter finalmente defendido que o Rivoli voltasse a ser camarário" foram outros exemplos de vitória do BE. No plano social, diz que "Rio passou ao lado da crise" quando o Porto tem "15 mil desempregados, o rendimento per capita é 25% inferior ao de Lisboa, e 25% da população é pobre", exemplificou, considerando-o "incapaz" de tomar uma medida social. Em vez disso, "aumentou rendas" e "os despejos".
Também João Semedo, candidato a Gaia, promete "derrotar" a maioria absoluta de Luís Filipe Menezes e, "pela primeira vez", eleger vereadores. Isto para "acabar com a insensibilidade social". "Cada voto no BE é um voto contra a maioria absoluta" é a ideia que quer passar. Ontem, anunciou ainda uma queixa à CNE por "Menezes ter mandado arrancar os cartazes anunciando o comício".