"Deixar degradar para entregar aos privados". A estratégia, acusou o Bloco de Esquerda, no Mercado do Bom Sucesso, é de Rui Rio, numa "velha técnica utilizada também para o Bolhão".
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Em vez da "morte anunciada" do emblemático mercado da Boavista, João Teixeira Lopes propõe a anulação do contrato para a recuperação e exploração do espaço.
"A primeira coisa a fazer era procurar um bom advogado, algo que Rui Rio não fez para o Parque da Cidade, e tentar anular o contrato", defendeu o candidato do BE à Câmara, explicando ser necessário "manter o mercado do Bom Sucesso como mercado". Ou seja, aliar a tradição a uma vertente mais "moderna".
"O presidente da Câmara quer transformar este mercado num hotel de baixo custo. Já tem uma série deles ao lado, é tudo menos original", criticou, contestando, igualmente, que sejam apenas recuperadas as fachadas, "o que vai servir para o negócio". O BE contesta, ainda, que seja "um terço para o hotel, outro terço para escritórios" e o mesmo para o comércio, incluindo a área de "gourmet" e os frescos. "As bancas passam de 136 para 44", denunciou, José Castro, deputado municipal.
Algumas vendedoras queixavam-se, entretanto, do mercado clandestino que opera à porta. Paula Moreira já fez várias queixas. Desanimada, diz que "o mercado já deu o que tinha a dar". "Mas isto é mais nosso do que de outras pessoas", recordou-lhe Maria Lima, outra vendedora de fruta. E acabar com o mercado "é o mesmo que tirar os filhos a uma mãe".