No crepúsculo lisboeta, o CDS vive em festa contida. Mota Soares reage cautelosamente às projecções e, no Largo Eng. Adelino Amaro da Costa, jotinhas aguardam a esperada visita dos Homens da Luta. "E o povo, pá?", pergunta um jotinha popular, logo respondendo: "Votou em nós".
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Com ou sem votos do povo, o CDS-PP tem praticamente como certa uma melhoria em relação ao resultado de 2009. Falta-lhe saber até onde chega essa melhoria e que relação de forças poderá estabelecer-se numa futura coligação governativa. "Há hoje uma maioria de mudança em Portugal: falta saber qual a força dos partidos nessa mesma maioria", disse Pedro Mota Soares, responsável pela primeira reacção às projecções de resultados..
"Terminou o ciclo de José Sócrates. É justo que isso tenha acontecido: era evidente que José Sócrates iria perder", disse ainda o número dois da lista de candidatos pelo círculo de Lisboa, notando que "isto permite que se vire uma página democraticamente".
Mas há, ou não, razões para festa desmedida entre os centristas? Diz o líder parlamentar do CDS, na última legislatura, que é preciso aguardar a contagem dos votos, para saber se os centristas atingem, ou não, "todos os seus objectivos: crescer e ter mais deputados". Pelos indicadores disponíveis, segundo Mota Soares, há a percepção de que, no Interior do país, há resultados aquém das expectativas, registando-se um contraponto nas zonas urbanas: "Resultados acima - e em alguns casos muito acima - do que esperávamos".