O PS, o PSD e o CDS-PP vão abdicar dos tradicionais grandes cartazes de rua durante a campanha eleitoral para as Legislativas de 5 de Junho, enquanto CDU e BE manterão a fidelidade aos "outdoors".
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As três forças políticas com assento parlamentar e mais votadas no último sufrágio do género (2009) abdicaram dos "outdoors" devido à difícil situação económica do país para poupar recursos, associando-se à mensagem de "austeridade" que tem sido transmitida ao eleitorado, como aconteceu na recente reeleição de Cavaco Silva, quando o presidente da República deixou de lado esta forma de propaganda.
"Para já, não estão previstos quaisquer 'outdoors'", disse à Agência Lusa fonte oficial dos socialistas, em linha com a decisão tomada pelos responsáveis pela campanha do PSD e já assumida pelo secretário-geral, Miguel Relvas.
Porém, foi o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, o primeiro a anunciar tal intenção, ainda em Março, justificando a decisão de não gastar "um cêntimo em publicidade comercial" e renunciar "a ter ou afixar 'outdoors'" com a necessidade de demonstrar "coerência".
"Não vamos recorrer a outdoors devido aos custos muitos elevados e aos tempos em que vivemos, que dispensam esse tipo de gastos. É necessária uma campanha poupada. Por outro lado, a poluição visual e o duvidoso impacto eleitoral são evidentes", disse à Lusa o director de campanha dos democratas cristãos, João Rebelo.
Por seu turno, o BE manteve "os mesmos 200" grandes cartazes de rua de outros actos eleitorais, defendendo que "abdicar desse importante instrumento de campanha não significa maior economia".
"O BE tem e vai ter campanha mais barata de todas, aliás como sempre aconteceu. O CDS-PP apresentou o orçamento mais baixo, mas depois, como já nos habituou, vai ter gastos mais altos do que os orçamentados", disse à Lusa Jorge Costa, director de campanha dos bloquistas.
A Coligação Democrática Unitária (CDU), que congrega PCP e "Os Verdes", também vai manter cerca de 100 "outdoors", com "uma distribuição nacional e presença mais expressiva nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, levando em linha de conta grau de exposição e visibilidade", segundo fonte oficial.
Todos as forças políticas diminuíram os orçamentos para a campanha das Legislativas2011 comparativamente às anteriores, com o PS a prever gastar pouco mais de dois milhões de euros, o PSD a apontar valores ligeiramente abaixo dos dois milhões de euros e as contas do CDS-PP a rondarem os 700 mil euros.
Comunistas e bloquistas anteviram gastos de perto de um milhão de euros e de menos de 800 mil euros, respectivamente.