Penafiel, Amarante, Funchal, Anadia, Maia, Gaia, Gondomar, Valongo e até Afeganistão. As palavras que mais se ouviram, ontem, à hora de almoço, na cantina da Faculdade de Ciências do Porto, não foram elogios ao arroz de polvo nem ao peru grelhado: "Nós não somos de cá", diziam os estudantes, uns atrás dos outros, ao candidato da CDU à presidência da Câmara portuense.
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"Desde o fundo da mesa até aqui, ainda não apanhei uma pessoa da cidade. Significa que a população do Porto está envelhecida e que os jovens já não moram no concelho", comentou Rui Sá, deixando, aos universitários, o seu programa e o panfleto com os candidatos da região. Por entre as mesas, encontrou o comunista e o candidato à Assembleia Municipal, o atleta paraolímpico Bruno Valentim, e a promessa de voto de um grupo de caloiros.
"Eu voto em si, se me der uma t-shirt da CDU", negoceia um dos universitários, enquanto o amigo dá a garantia: "Eu voto sempre na CDU". O retrato da cantina é, na opinião do comunista, o exemplo do êxodo de famílias da cidade. "Os pais já não vivem no Porto, mas os filhos ainda estudam aqui. Temos aproveitar o potencial de termos 65 mil estudantes na cidade", sustenta Rui Sá. O candidato propõe a criação de um pelouro para o relacionamento com instituições do Ensino Superior, com vista a estabelecer medidas concretas para aprofundar a relação do concelho com a Universidade.
Horas antes, o comunista visitou o único berçário público de Paranhos (a terceira maior freguesia do país) que tem lista de espera. Rui Sá crê que cabe ao Governo criar uma rede de berçários no país, mas entende que a Câmara também pode ter um papel fundamental ao disponibilizar espaços municipais vazios para a abertura desses equipamentos. "Para fixar casais jovens, temos de oferecer condições", conclui.