A selecção começa, daqui a dois meses, o apuramento para o Euro 2012 com certezas, mas também com várias dúvidas. O facto de haver alguns jogadores trintões é uma dor de cabeça. E como será a relação no futuro entre Queiroz e CR7?
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Face à despedida da África do Sul, é natural que se perspectivem já os próximos tempos. Que, saliente-se, "iniciam-se" a 3 de Setembro, quando Portugal receber o Chipre, no início da corrida para o Campeonato da Europa, a realizar-se na Polónia e na Ucrânia.
Nessa caminhada, a maior curiosidade, no imediato, é saber se a relação entre o seleccionador e Cristiano Ronaldo se manterá saudável, dado o ligeiro despique ocorrido entre ambos após o encontro frente a Espanha. Aliás, CR7 deve ser questionado nos próximos dias sobre a frase de Queiroz ("se o tamanho de uma camisola for pequeno de mais, não precisam de estar aqui", disse ontem em Magliesburg), resta saber se responderá e em que tom.
Fora as polémicas, no interior do campo, um dos problemas mais bicudos que o responsável vai encontrar é exactamente a organização de jogo. Deco despediu-se do conjunto das quinas na terça-feira e abre-se um vazio nessa posição, dado que não há nenhum substituto natural. Em princípio, será Tiago, Simão ou Danny a preencher o lugar, apesar de não serem médios centro de raiz.
Na defesa, o posto na esquerda está provavelmente resolvido com Fábio Coentrão (espera-se que durante muitos anos), mas ainda falta solucionar o da direita. Pelo menos enquanto Bosingwa não recuperar na totalidade de uma operação ao joelho. Tanto Paulo Ferreira como Miguel não deram garantias e assim o treinador terá de continuar a improvisar...
Idade começa a pesar
E há ainda o eixo da defesa. Com 32 anos, Ricardo Carvalho aproxima-se rapidamente da idade limite dos futebolistas.
Mas não é o único. Paulo Ferreira e Pedro Mendes têm o mesmo "problema", assim como Liedson. Praticamente com 33, o luso-brasileiro pode aspirar, no máximo, a estar presente no torneio de 2012. E isso dá que pensar, visto que continuar a haver enorme escassez de avançados com qualidade em Portugal. À excepção de Hugo Almeida, não se afigura ninguém com as mesmas potencialidades. É um problema antigo no nosso país.
Mas também há aspectos positivos no futuro. Rúben Micael e Silvestre Varela, ausentes devido a lesão, poderão vir a dar um contributo importante. Assim como Nani, que não pôde estar em África devido a a um problema físico no ombro.