E ao oitavo dia da campanha, a chuva chegou para baralhar a agenda da candidatura PSD/PP. De manhã ainda deu tréguas e Manuela Ferreira Leite acompanhou Rui Rio numa visita à Foz. De tarde, Paulo Portas só tomou café nos Aliados.
Corpo do artigo
Os líderes nacionais do PSD e do CDS/PP não se cruzaram no Porto, mas partilharam o apoio à coligação que procura a reeleição para o terceiro mandato na Câmara. Embora Rui Rio não a peça, Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas crêem que a candidatura renovará a maioria absoluta no próximo domingo. Ontem, o presidente e candidato social-democrata reafirmou que cumprirá o mandato, caso seja eleito.
"Estou integralmente na cidade do Porto, como estive nos dois primeiros mandatos. Cumprirei o mandato na Câmara. Já o disse muitas vezes", insistiu Rui Rio, concretizando que não vê razões políticas que possam fazê-lo mudar de ideias no futuro. Parte da manhã foi passada na companhia da presidente do PSD - que recusou falar sobre a liderança do partido (ler página 16) - e de destacados militantes sociais-democratas: Paulo Rangel, Couto dos Santos, Miguel Veiga, Amândio de Azevedo e Agostinho Branquinho. Presença que, na opinião de Rui Rio, "demonstra que, no PSD, há uma total unanimidade e uma forte aposta no Porto".
Só que o mau tempo e o feriado, com quase todas as lojas fechadas, deixaram as artérias da Foz praticamente desertas. Beijos e outros cumprimentos só dentro dos cafés. Na rua, ouviam-se as músicas que brotavam dos altifalantes do autocarro descapotável da candidatura PSD/PP e os cânticos da juventude social-democrata. Uns dirigidos a Rui Rio e outros a Ferreira Leite.
Horas depois, chegou Paulo Portas a distribuir beijos e abraços entre os apoiantes da coligação. Por lá andava uma figura bem conhecida na cidade pelo amor ao Pinto da Costa e às câmaras das televisões: o "Animal", como é apelidado popularmente, agarrou Portas para um abraço entusiasmado, sem tirar os olhos das câmaras dos jornalistas.
Quando parecia que a chuva ia abrandar, Rui Rio e o presidente do CDS/PP ainda ensaiaram a saída no autocarro para uma curta viagem pela Baixa. Só que os aguaceiros não tardaram a descer sobre a cidade. "A culpa da chuva é do Sócrates", gracejavam os militantes sociais-democratas, de regresso à sede nos Aliados.
E foi na sede que Paulo Portas avisou os portuenses para não se fiarem em sondagens e, no próximo domingo, saírem à rua para votar no PSD/PP. "Mesmo que a coligação apareça à frente nas sondagens, só se ganha nas urnas. Não deixem de ir votar no próximo domingo. Rui Rio e a equipa dele merecem. Eu sou o melhor exemplo de como as sondagens se enganam. Se fosse pelas sondagens, eu estaria enterrado sete palmos abaixo da terra e com missa de sétimo dia encomendada", apelou Portas, que não quis falar sobre a política nacional.
Depois de Manuela Ferreira Leite ter desafiado, anteontem em Alcobaça, o socialista José Sócrates a esclarecer como vai governar o país, o líder do CDS/PP deixou claro que, por agora, nada tem a dizer sobre esse assunto: "Não vou intrometer-me em questões do PSD nem do PS. Quando entender falar, falo. Eu não sou subsidiário de ninguém".