Voltou a estalar o verniz entre as candidaturas do PS e do PSD à Câmara de Lisboa. Ontem, ficou a saber-se que António Costa escreveu aos funcionários da autarquia a anunciar aumentos pós-eleições. Santana acusa-o de "eleitoralismo".
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"É eleitoralismo e é uma falta de gosto. O presidente da Câmara não pode escrever uma carta aos funcionários naqueles termos. É uma questão de elegância e ética democrática", disse o candidato do PSD, reagindo à notícia, ontem do DN, segundo a qual António Costa escreveu uma carta aos funcionários municipais anunciando aumentos generalizados de salário a partir de de Novembro (logo, após as eleições), com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro de 2009. A decisão foi aprovada por unanimidade pelo executivo camarário a 2 de Setembro.
À margem de uma acção de campanha em Benfica, António Costa explicou que "a informação aos trabalhadores foi prestada junto com o primeiro recibo de vencimento imediatamente a seguir" à aprovação da medida pelo executivo. "É, aliás, como é feita sempre a informação da Câmara: aproveita-se a expedição do recibo do vencimento para fazer as comunicações", justificou, considerando "perfeitamente extraordinário que quem tenha votado a favor da medida esteja agora contra a sua aplicação e que quem se venha queixar seja o partido responsável pelo facto de os trabalhadores terem sido prejudicados nas suas carreiras".
O autarca referia-se a declarações de Margarida Saavedra ao jornal. Trata-se de uma vereadora do PSD, partido que acusou de ter prejudicado os funcionários da autarquia. "Um dos sintomas da má gestão do PSD na Câmara foi que, quando chegámos, havia milhares de trabalhadores com o seu processo de avaliação paralisado e, portanto, a progressão paralisada", disse, adiantando que só depois de ter tomado posse é que o processo de avaliação foi "retomado".
"Foi possível realizar um trabalho com os sindicatos e desenvolver uma solução que foi aprovada por unanimidade", garantiu António Costa, explicando que o anúncio aos trabalhadores só foi feito agora, em cima das eleições, porque "foi quando as coisas ficaram prontas".
Ontem em Benfica, Costa acusou Santana Lopes de ter um programa que se resume a "ideias dispersas" e considerou que as eleições de 11 de Outubro são mais do que uma "escolha de personalidades". Reagindo às críticas do adversário - de que concorre com "uma equipa toda dividida" - o autarca socialista respondeu que tem uma equipa "forte", que "vai para além do PS". Santana esteve no Parque das Nações, onde se comprometeu a bater-se pela criação da freguesia do Oriente.