O candidato socialista à Câmara de Lisboa, António Costa, escusou-se ontem a reagir à comparação com Valentim Loureiro, que lhe foi dirigida pela candidatura de Santana Lopes, sublinhando que essa "conversa mole" afasta as pessoas da política.
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"Só quem não tem liderança, só quem não tem programa, é que tem de alimentar a campanha eleitoral de pequenos casos, de pequenas tricas, de 'soundbytes'. Não é para isso que nós estamos aqui. Nós estamos aqui para resolver os problemas da cidade", disse Costa aos jornalistas.
Numa arruada por Alfama, dedicada à reabilitação urbana - em que ouviu muitas queixas sobre obras inacabadas que remontam às "mega-empreitadas" de reabilitação lançadas no mandato de Santana Lopes - o cabeça de lista do PS não quis comentar nada que viesse do seu adversário.
Insistindo na apresentação do programa eleitoral, deixou sem resposta tanto a comparação a Valentim Loureiro - por ter oferecido as bicicletas com que os seu apoiantes participaram num passeio à beira Tejo - como o apelo para que tornasse público o acordo estabelecido com o Porto de Lisboa e a Liscont, que limita a altura do terminal de contentores de Alcântara.
"As pessoas estão fartas da política, porque estão fartas dessas coisas, que não interessam nada. As pessoas querem que nós demos atenção aos problemas e respostas aos problemas. O resto é conversa mole, que só chateia só afasta as pessoas da política", sublinhou.
A candidatura de Santana repudiou, segunda-feira, a oferta de bicicletas, atitude que considerou "reveladora" dos métodos do PS, que "não olha a meios para atingir os objectivos". Vítor Gonçalves, sétimo da lista de Santana, foi mais longe. Ao Público, afirmou: "Toda a gente reclamou quando Valentim Loureiro ofereceu electrodomésticos e, mais recentemente, bilhetes para um concerto. Não sei o que será pior".