<p>Elisa Ferreira despertou, ontem, os ânimos no Aleixo, onde muitos gritaram apelos para que não os deixe sair do bairro. Requalificação e combate à droga foram defendidos pela candidata. Mas poderá ser necessário demolir "uma ou outra torre". </p>
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"Sabe o que ele quer? A nossa visão. Abrimos a janela, vemos o mar, vemos a Afurada, vemos tudo", gritou Paulo Jorge, um jovem morador do bairro do Aleixo que acusou Rui Rio de querer "destruir, em vez de construir".
Antes disso, Elisa Ferreira afirmou que "o único problema das torres e destes terrenos é terem uma vista fantástica" sobre o Douro, notando ser este também "o problema do Bairro Rainha D. Leonor", na mesma freguesia de Lordelo do Ouro. Questionada sobre se a autarquia está a ceder aos interesses imobiliários, Elisa não arriscou numa acusação directa, mas disse que Rio "tem que dar uma boa explicação por ter prometido uma coisa em 2001 e 2005 e, depois, ter mudado de ideias", decidindo demolir todo o bairro.
Recebida por moradores que erguiam as únicas bandeiras socialistas da campanha e gritavam por ajuda, Elisa esclareceu que "o problema do Aleixo não é de casas". "É um problema de tráfico e consumo de droga, e de exclusão social", contrapôs. O combate ao tráfico, defende, não se resolve demolindo as torres, mas "pelas vias policiais e judiciais".
Já no que toca ao edificado, a candidata admitiu que "poderá ser necessário deitar abaixo uma ou outra torre". Porém, disse estar convencida de que há "condições para requalificar as torres", prometendo fazer "os possíveis" para as manter e garantir a habitação a quem quer continuar no bairro.
Enquanto um grupo de moradores pedia para "não sair do bairro", Elisa acusou o presidente da Câmara de os ter condenado "ao abandono durante oito anos", transformando o Aleixo num "gueto" e "desviando" o debate para "o conflito do Porto Feliz".
Pedro Abrunhosa, número três à Assembleia, reforçou que o problema é "social" e "de especulação imobiliária". Primeiro, diz, é preciso fazer uma análise estrutural e, depois, ver "se é preciso demolir, construir ou requalificar". Mas "não é solução expulsar e disseminar as pessoas", alertou.
Acompanhada de duas "rosas", a Mota e a do Aleixo, Elisa continuou a visita, mas não entrou na torre mais problemática. "A luta continua, Rui Rio para a rua", prosseguiam, entretanto, os moradores. A candidata teve direito a elogios: "Elisa está com Pedro Abrunhosa e é gostosa..."