<p>Na primeira noite do Marés Vivas mais de 18 mil pessoas venceram o frio e marcaram presença. Os Lamb não defraudaram e, à hora do fecho da edição impressa do Jornal de Notícias, os Primal Scream davam os primeiros acordes. </p>
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Os Kaiser Chiefs, de longe a banda mais aguardada pelos presentes, iriam encerrar a noite povoada por muita juventude.
Os ingleses Lamb mostraram que, mesmo com mais de quatro anos de interregno, não perderam o jeito. Apesar de uma actuação sem falhas a registar, a sua música electrónica de tónica ambiental só a espaços conseguiu conquistar a maioria dos espectadores. No entanto, à frente do palco, os seus indefectíveis fãs não se cansaram de puxar por Lou Rhodes e Andy Barlow e eles corresponderam de bom gosto.
As músicas atmosféricas e envolventes onde sobressaem a voz de Rhodes e ainda o inevitável som do contrabaixo repleto de efeitos deram o mote ao concerto, mas geraram pouca reacção na maior parte do público, mais interessado em observar .
Logo à terceira música e sentindo que os jovens não se estavam a deixar contagiar com a sua electrónica delicodoce, jogaram o trunfo "Gabriel". Imediatamente as mãos e câmaras ergueram-se no ar a registar o momento. E a plateia entoou emotivamente a letra do seu mais famoso êxito.
Ao longo de todo o concerto, os Lamb não se cansaram de repetir quão bom era estarem de volta e a tocar em Portugal, país que sempre os acarinhou. E assim prosseguiram, com mais do que aquilo a que já nos tinham habituado. O próprio Barlow perguntou se muitos já os tinham visto ao vivo e, confiando nas mãos no ar, quase metade respondeu afirmativamente.
Antes dos Lamb entrarem em cena e depois dos concertos dos portugueses, enquanto o sol desaparecia e um vento cortante varria o cais , os muitos jovens presentes deambulavam meios perdidos pelo recinto, fazendo um reconhecimento do espaço e tentando enganar o frio. E havia muito com que se ocupar. Para além das habituais tendas dos patrocinadores, diversões não faltavam. Sessões de Guitar Hero na Playstation, matrecos e até um touro mecânico eram algumas das alternativas. Na praça da alimentação, estrategicamente colocada entre árvores que abrigavam do frio e do sol, matava-se a fome com fast-food, pães com chouriço ou bifanas.
Ainda o sol brilhava e as grades que impediam o acesso ao palco principal estavam erguidas, já umas largas dezenas de jovens, na sua maioria de tenra idade, marcavam posição para conseguirem um tão desejado lugar na primeira fila em frente ao palco. A grande maioria, senão a totalidade, dos jovens estava lá por causa dos Kaiser Chiefs. Sem dúvida o grupo que atraiu a maioria dos espectadores na noite de ontem.
O tiro de partida dos concertos tinha sido dado às 19 horas, no palco dos portugueses, com os John Is Gone, uma banda portuense que partilhou o seu rock com as algumas centenas de pessoas que já se encontravam no recinto. Um pouco depois, foi a vez dos Sizo pisarem o palco dos portugueses. E mostraram-se à altura. Com o pôr do sol como pano de fundo, mostraram grande vitalidade e energia, conseguindo contagiar os espectadores e demonstraram que já vão tendo "calo" para estas andanças.
Para o dia de hoje no Marés Vivas aguardam-se 20 mil pessoas.