Uma moradora fala da casinha entre lágrimas. Outra conta de um T2 com onze pessoas dentro. Outro ainda diz que "Rui Rio é um rei", porque lhe deu uma casa. E Elisa Ferreira sorri, afaga, acena, é correspondida, ou não, mas vai ganhar a Câmara do Porto pelo PS. É o que diz a todos.
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Ontem, foi dizê-lo aos bairros de S. Roque e Machado Vaz, em Campanhã, cuja face promete mudar, se, de facto, destronar Rui Rio. A verdade é que nem sempre a coisa corre bem. Entre os bombos dos "Nacionais" e as T-Shirts azuis escuras do "Todos pelo Porto", o carro vassoura (ou será o da noiva?) debita refrões reconhecíveis. Entre eles, o "Sou como um rio...", dos Delfins. Adiante. Os bairros têm sido a aposta da candidata do PS neste Agosto de pré-campanha. Porque só indo lá dentro, diz, se percebe que nem tudo o que se vê "corresponde à realidade de se viver aqui". E aqui pode ser S. Roque, enxame de 1200 pessoas, ou em qualquer dos 54 bairros da cidade do Porto.
"O que está aqui em causa não são pedras, são pessoas". Não bastam, garante a adversária do PSD à autarquia portuense, requalificar os exteriores. É preciso gerir, "acompanhar o que se passa no interior das casas", criar empresas, dar desporto e cultura às crianças e - promessa assumida - pré-escolar a partir dos três meses. Porque "é na infância que começa a socialização". Sobretudo ali, em Campanhã, que tem dos maiores índices de população, mas dos mais baixos indicadores sociais e educacionais do Porto. No limite, é preciso "pôr estradas a passar pelos bairros" e acabar com o estigma entre quem vive fora ou dentro, até fazer "desaparecer o nome 'bairro'".