Sandra, Luís e Nuno viajam pelos festivais de Portugal a alimentar milhares de bocas. O preço é a única queixa dos clientes, mas comem na mesma.
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Para que não falte nada aos milhares de festivaleiros de Paredes de Coura, há um verdadeiro exército de gente a trabalhar de sol a sol no recinto. Evidentemente, uma das tarefas mais importantes é alimentar este povo todo. Muitos optam por confeccionar as suas próprias refeições na zona do acampamento para poupar uns trocos, mas há muitos que, por comodismo ou pelo aperto da fome, recorrem às barraquinhas do recinto.
Aqui, há comida para todos os gostos: pizzas, fast food, hambúrgueres, cachorros, bifanas e kebabs são alguns dos exemplos. Todavia, modernices à parte, uma das iguarias mais procuradas é o tradicional pão com chouriço assado em forno a lenha.
A meio da tarde, Luís Pedro, Nuno Nunes e Sandra Faria aproveitavam a sombra de uma árvore para descansar um pouco antes da abertura das portas. Daqui a pouco, vinha a invasão e os pães com chouriço tinham de estar prontos para sair.
"Fazemos todos os grandes festivais de Verão e, com isso, passam-se uns bons dias", explica Luís Pedro. Vemos uns concertozinhos quando temos oportunidade. Quando é preciso trabalhar, trabalha-se. Mas, como este não é propriamente um trabalho pesado e o ambiente é porreiro, não custa muito", completa.
Sandra diz que, se pudesse, fazia festivais o ano todo. "Às vezes, chateamo-nos, mas vão se vendo uns espectáculos e muita gente nova", justifica. E, de todos os festivais, Paredes de Coura é o preferido dos três.
"A malta vem para aqui mesmo para curtir e não para mostrar a camisola. O pessoal acampa, passa aqui uns bons dias e diverte-se. Para nós, também nos facilita o trabalho, porque a malta é porreira", afirma Luís Pedro. "Gosto muito deste festival pela paisagem e pelo espírito", diz, por sua vez, Sandra.
Mas porque é que o pão com chouriço tem tanta procura? "Além de ser bom, é um pão que enche e aquele pão com chouriço que se vende nos supermercados não tem nada a ver com isto", responde Nuno. O preço é a única queixa, mas comem na mesma. "São um bocadinho rezingões, mas o que é que vamos fazer? É a crise. A comida é boa, por isso, acabam por vir e depois de comerem já não reclamam porque ficam satisfeitos", termina.
Faltavam cinco minutos para as portas do recinto abrir e os três já tinham a farda vestida. As chamas do forno a lenha estavam altas e daqui a pouco vinham muitas bocas para alimentar.