Nenhum rejeita o país onde nasceu, assim como o afecto pelo país onde escolheram viver. Merche, Juan e Tallon repartem o apoio por ambas as selecções, mas Manolo quer a vitória portuguesa, para castigar a "arrogância" dos espanhóis.
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A Península Ibérica está em destaque hoje no Mundial, não terminassem os oitavos-de-final com dois vizinhos em campo. Mais logo, Portugal ou Espanha, um deles ficará de fora da competição, num jogo que será seguido por milhões de pessoas, juntando apoiantes das duas selecções em casa, na rua ou nos cafés. Em Portugal, vivem muitos espanhóis, alguns deles divididos na hora de escolher a equipa favorita. O JN falou com quatro representantes hispânicos bem conhecidos dos leitores, confirmando a dualidade de emoções.
A viver "há 25 anos" em Portugal, José Maria Tallon considera "inevitável ficar dividido". "Sou espanhol, mas também gosto muito de Portugal, por isso que ganhe o melhor", assegura o médico. Nascida em Andorra, mas filha de pai espanhol, Merche Romero sempre esteve ligada a Espanha, apesar de ter vindo para o nosso país apenas com sete anos, por isso o afecto é partilhado. Na hora dos hinos, a apresentadora fica "arrepiada" e até canta "A Portuguesa" e a "Marcha Real". E quem é o favorito? "O ideal seria irem os dois à final": " Mas como não é possível, ficaria feliz com qualquer dos resultados. A bandeira portuguesa está no meu coração, mas o sangue espanhol corre nas minhas veias".
O director-geral do Porto Canal, Juan Figueroa, afirma não ligar muito a futebol, por isso assistirá ao jogo "tranquilo". "Mas, vou pôr-me ao lado do meu país, Espanha, apenas para brincar com os amigos portugueses, mas é-me indiferente quem passa".
Orgulhosamente galego, Manolo Bello não esconde o desejo em ver Portugal derrotar a Espanha, "até pela forma pouco humilde como Espanha entrou no Mundial". "Sofrerei com os irmãos do Sul por Portugal, até por uma questão cultural ", conclui o produtor de televisão.