<p>As coligações entre o PSD e o CDS-PP aumentam em 2009 e ambos os partidos apostam no reforço dos mandatos e votos. O PSD quer renovar a "hegemonia autárquica"; o CDS-PP tem expectativas em Viseu, Vila Real, Aveiro e distrito do Porto.</p>
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Um bom score eleitoral. É o objectivo proclamado, em uníssono, pelos coordenadores autárquicos do PSD e do CDS-PP para as eleições do dia 11. Com uma nuance: o PSD, pela voz de Castro Almeida -que naturalmente aposta na sua reeleição à frente da Câmara de S. João da Madeira - antevê uma "grande vitória" social-democrata. Por sua vez, Hélder Amaral, deputado do CDS-PP, quer bater em Viseu o "dinossauro" do Poder Local, Fernando Ruas (do PSD, partido ao qual se alia noutros concelhos) e reforçar a influência do partido ao nível regional e local. Ao JN, vincou uma certeza: "Vamos ter mais votos, mais vereadores e mais deputados municipais. Seremos governo em várias câmaras". Não abre é o jogo quanto a previsões.
Existe uma contabilidade cruzada entre os dois partidos de Direita em matéria de coligações. O PSD estabeleceu 70 alianças, no país inteiro, maioritariamente compostas com o CDS-PP. Já o partido de Paulo Portas assinou 86 coligações, entre listas para câmaras (69) e para assembleias municipais.
Ambos os responsáveis autárquicos sustentam que o "casamento" entre as duas formações políticas está para lavar e durar. Porém, tendo como cenário os resultados das últimas legislativas as duas formações políticas têm leituras distintas sobre o resultado final dao próximo suufrágio.
Subjacente às coligações com o CDS-PP, o coordenador autárquico do PSD não tem dúvidas. "Queremos manter a liderança nas autarquias onde já somos maioritários, mas também, avançar para outros importantes municípios", disse, ao JN, Castro Almeida, dando como exemplos os concelhos de Faro e Braga, onde pontifica o socialista Mesquita Machado.
Partindo com "ânimo renovado" para o próximo combate eleitoral, Hélder Amaral, do CDS-PP (que concorre a 160 câmaras com nome próprio) não só quer ser parte do "governo" de Lisboa, Porto e Coimbra como subir a fasquia de mandatos e aumentar a influência partidária ao nível do Poder Local. "Temos uma marca e um orgulho especial no trabalho autárquico. A escolha dos candidatos obedeceu a critérios bem definidos, um dos quais, teve a ver com o perfil profissional e conhecimento dos problemas locais", disse. O PSD afina pelo mesmo diapasão. Ao JN, Castro Almeida reconhece como critérios para a escolha dos candidatos, a "grande liberdade" das concelhias e distritais dos sociais-democrata, bem como, a "convergência de esforços" na resolução dos problemas locais, em vez dos interesses partidários. "Queremos ter o maior número de votos. É um objectivo ambicioso, mas está ao nosso alcance".
O CDS-PP, que não lhe quer ficar atrás do PSD, exibe como "símbolo" o trabalho feito na Câmara de Ponte de Lima pelo "autarca-modelo" Daniel Campelo. Apesar de o edil não ir a votos nas próximas eleições, Hélder Amaral nem por isso deixa de acreditar na vitória eleitoral.
Embalado pelos 10,4% obtidos nas legislativas, argumenta que o CDS parte para o novo desafio de "ânimo reforçado" e vai conquistar mais mandatos. "Somos um partido com vocação autárquica e já provamos que sabemos fazer bem", afirma. Ponte de Lima, recorde-se, é caso único.