A direcção da Federação Portuguesa de Futebol concluiu que a selecção lusa "cumpriu os dois objectivos" que se propôs no mundial, apurando-se para a fase final e chegar aos oitavos de final.
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Não obstante, a direcção FPF, que esteve reunida hoje, quarta-feira, durante mais de quatro horas, diz, em comunicado emitido no respectivo "site", "lamentar não ter sido possível ultrapassar os oitavos de final" e reconhece que o resultado "ficou aquém do que todos ambicionavam".
No entanto, lembra que a derrota que afastou Portugal "aconteceu frente à selecção que viria a consagrar-se campeã do Mundo".
Depois de realçar "a vontade demonstrada pelos dirigentes, equipa técnica e jogadores", elogia "o trabalho árduo e competente de todos os elementos que compunham a estrutura logística e organizativa" que suportou a "equipa de todos nós" durante os estágios na Covilhã e na África do Sul, bem como nos jogos disputados.
Este ponto do comunicado remete para a recente declaração pública atribuída ao seleccionador ao semanário Sol: "Tendo em conta a estrutura amadora da FPF, os resultados até foram muito bons".
As declarações foram depois veementemente negadas pelo técnico, que diz que as suas palavras foram deturpadas pelo jornalista.
No derradeiro parágrafo do comunicado, a direcção federativa fez saber que se justificam "algumas adequações em relação aos modos de funcionamento", sem as especificar, nomeadamente da estrutura técnica dirigida por Carlos Queiroz, prometendo analisar esta questão com o próprio seleccionador "em face do próximo grande objectivo da selecção, que é o apuramento para a fase final do Europeu 2012".
A avaliação do comportamento da selecção portuguesa no Mundial da África do Sul, a fazer pela direcção federativa, era o tema central da reunião, mas essa evidência não coibiu Gilberto Madaíl e seus pares de remeterem aquele para o último ponto do comunicado, procurando desvalorizá-lo.
Até a nomeação do novo seleccionador nacional de futsal, professor Jorge Braz, adjunto da equipa técnica liderada pelo anterior número um, Orlando Duarte, antecede o tema da participação da selecção no Mundial da África do Sul na ordem do comunicado (pontos 2 e 3, respectivamente).
A abrir o comunicado, a direcção federativa revela ter abordado a alteração dos estatutos federativos e definido algumas medidas, que anunciará em breve, para que, no mais curto prazo de tempo, aquele documento fundamental possa ser devidamente actualizado, de acordo com a lei.
No final da reunião, Gilberto Madaíl recusou-se a justificar a razão de ser do prémio de 720 mil euros concedido a Carlos Queiroz pela chegada da selecção aos oitavos de final: "Esse é um assunto interno da FPF, que faz a sua gestão de acordo com as suas previsões e os seus orçamentos".
Este prémio foi incluído no contrato de Carlos Queiroz com a FPF, através de uma cláusula segundo a qual o seleccionador teria direito a 10% do total da verba paga pela FIFA à federação portuguesa pela participação no Mundial.
Uma vez que a FIFA vai fazer chegar aos cofres federativos 7,2 milhões de euros pela chegada da selecção aos oitavos de final, 720 mil euros vão directos para Carlos Queiroz.