<p>A 13ª edição do "Sudoeste", na Zambujeira do Mar, terminou ontem, segunda-feira, de madrugada, com Lily Allen e Basement Jaxx a fazer as despedidas de um festival que parece direccionado para um público cada vez mais jovem.</p>
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Na última noite, Lily Allen rematou o dia mais pop do "Sudoeste". Entrou em palco ao som de uma mexida versão de "Everyone's at it", de "It's not me, it's you", segundo disco da curta, mas promissora carreira da britânica.
Com um ar genuinamente simpático e descontraído, Lily Allen mostrou que para um bom concerto não são precisas grandes encenações e que ter um conjunto de boas canções e cantá-las com inegável prazer pode ser suficiente.
No público, o cansaço já se fazia sentir sobre muitos festivaleiros, que optaram por ver o concerto sentados no que restava de relva no recinto, mas atentos ao espectáculo da cantora, que, de ar doce e atrevido, parecia conquistar alguns corações. "Ela vai casar comigo", soltou um elemento masculino no meio do público. Num concerto que variou de ritmo consoante as músicas, ora mais intimistas, como "He wasn't there", ora mais dançáveis, como "Womanizer" (versão de um tema de Britney Spears), a cantora conseguiu agarrar a assistência, que mostrou conhecer bem as letras de "LDN", "Smile" ou "Fuck you". Esta foi um dos pontos altos da actuação, que pôs o público, de dedo do meio no ar, a entoar um doce "Fuck you".
O encerramento ficou a cargo dos Basement Jaxx.
Esta edição do festival, que apresentou 90 bandas divididas por quatro palcos, procurando cativar diferentes públicos, foi alvo de críticas por parte de muitos, que acharam o alinhamento globalmente fraco e que se queixaram do excesso de pó no recinto e da falta de informação sobre os horários dos concertos.
Jwana Godinho, da Música no Coração, organizadora do festival, reconheceu que receberam algumas críticas por o alinhamento de certos dias ter sido muito jovem, mas garantiu que não se arrependem da escolha dos artistas, fazendo um balanço positivo da edição deste ano do festival.
Com uma afluência ligeiramente inferior à do ano passado, estiveram, em média, 35 mil pessoas a assistir aos concertos, com excepção da noite em que actuaram os Faith No More. A banda norte-americana, grande aposta do festival, deu um espectáculo que superou as expectativas da própria organização e levou à Zambujeira 45 mil pessoas.
O "Sudoeste" parece receber de ano para ano um público cada vez mais jovem e, tal como Jwana Godinho referiu, este é um festival que "alarga o conceito de férias de muitos miúdos, que vieram mais cedo do que o normal", montando acampamento dias antes de os concertos começarem.