Com 69 anos e a menos de um da reforma, José Fonseca, que já foi presidente da Câmara de Espinho pela AD (coligação PSD,CDS e PPM), nos anos 80, e vereador em três mandatos consecutivos pelo CDS, há já 16 anos que não se metia nestas andanças. A última vez foi quando integrou a lista do PSN, em 1993, no mesmo ano em que o socialista José Mota subiu ao poder. Até hoje.
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E foram exactamente os socialistas que convenceram José Fonseca a regressar à política local, propondo-lhe a candidatura à presidência da Assembleia de Freguesia de Espinho. "Mostraram-se tão entusiasmados que eu não fui capaz de lhes defraudar as esperanças", confessa, salientando que nunca vestiu propriamente uma cor política. "O que me movia, e move, é a política social. As pessoas votavam em mim e não no partido", explicou, acrescentando que sabe, porém, que a luta não vai ser fácil. É que costuma-se dizer que a cidade de Espinho é um feudo do PSD, a cor do actual presidente da Junta e novamente candidato, Rui Torres.
José Fonseca conhece-o bem. Do tempo em que usava fraldas. Literalmente. É que foi José Fonseca quem o baptizou. Pois, é que José Fonseca, apesar de há muitos anos ter abandonado o sacerdócio e de ter casado por duas vezes e de ser pai de dois jovens, continua, por muitos, a ser tratado por padre Fonseca. "Não me importo nada. Aliás, havia quem chegasse às mesas de voto sem sequer saber de qual partido eu era candidato e diziam simplesmente que queriam votar no padre Fonseca", concluiu.