"Dizem que os velhos morreram, mas o PCP continua a ter votos, porque os jovens acreditam no PCP". A afirmação foi feita ontem em Beja por Jerónimo de Sousa, durante um jantar de apoio à recandidatura de Francisco Santos à Câmara local, realizado no Parque de Feiras e Exposições, que contou com a presença de cerca de mil militantes, uma afluência sem precedentes a iniciativas políticas da CDU na cidade.
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O líder da PCP, que ontem percorreu diversas localidades do Alentejo onde os comunistas mantêm intacta a sua influência, fez questão de falar na abordagem que a CCDU tem feito, nesta campanha eleitoral. "Mais do que o país sem televisões, o país real, o país sem sondagens, sem políticos, estivemos onde está o povo".
Já durante a tarde, em Serpa, Jerónimo de Sousa rejeitara a ideia de que o partido está condenado ao desaparecimento. "Está para lavar e durar", garantiu, num almoço-convívio com centenas de apoiantes na aldeia de Vila Nova de São Bento. Para o secretário-geral comunista, é uma ideia ultrapassada a que condena o PCP "ao desaparecimento e ao fracasso, incluindo no Alentejo".
"Aquelas cabeças que sabem tudo e mais alguma coisa, que dizem tudo e o seu contrário, perspectivavam isto: o PCP é um partido envelhecido. Morrendo os velhos, morre o PCP", disse, acrescentando que a ideia persiste, "apesar do crescimento e avanço" do partido.
Jerónimo deixou dois desafios aos analistas políticos. O primeiro é que refaçam as contas - "há muitos velhos que resistem e teimam em continuar a viver". O segundo é que viajem "por esse país fora e vejam tanto jovem" com a CDU. "Ficariam desorientados, mas manteriam a tese, porque têm de justificar o dinheiro que ganham".
com Lusa