O secretário-geral do PCP usou, para condenar "o compadrio", o caso de Almerindo Marques, que, este ano, deixou a presidência das Estradas de Portugal e assume, agora, a liderança da Opway, construtora do Grupo Espírito Santo, destacou Jerónimo de Sousa, ontem à noite.
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Num comício em Setúbal, o candidato explicou que Almerindo Marques é agora "o homem forte do BES" na área da construção civil. A partir deste exemplo, disse haver "coincidências a mais" que apontam para a existência de "amiguismo e compadrio".
Perante uma plateia generosa, o líder comunista dirigiu outros ataques. Afirmando que a CDU "está a crescer", referiu-se aos "ideólogos que, há uns anos, traçaram a morte do PCP". "Enganaram-se e enganam-se agora", assegurou Jerónimo.
Outra crítica foi para o PS que está "sempre à procura de um encosto à Direita" e que, tal como PSD e PS, "apenas pretende disputar o lugar na banda que toca a música" definida pela "troika". "É tempo do povo português não deixar enganar", defendeu o candidato.
Numa alusão aos autores do programa, disse que "até prescindem de informar" o Governo e partidos envolvidos "das alterações" no programa. E, neste caso, a "facilitação do despedimento" foi a mais criticada.
"Tratam-nos como meros executantes do programa e ao país como uma colónia", disse Jerónimo.
O apelo ao voto na CDU, como forma de tirar votos ao PSD, PS e CDS, foi também a mensagem principal de Francisco Lopes, cabeça-de-lista por Setúbal, e de Heloísa Apolónia, deputada do Partido Ecologista Os Verdes.
O primeiro apelou directamente ao voto do eleitorado socialista, contestando a ideia de voto útil no PS, e a segunda pediu para que "aqueles que confiam na CDU para as autarquias confiem na CDU na totalidade". Ou seja, que também votem nesta coligação em eleições legislativas e não apenas nas autárquicas.