O secretário-geral do PCP rejeitou, este sábado de manhã, a ideia de que esteja cansado e garantiu ter, sim, alegria no combate. Em Alcochete, entrou em todas as lojas e cafés e ouviu cantar sobre as papoilas vermelhas do Alentejo.
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No final de uma arruada por aquele concelho do distrito de Setúbal, Jerónimo de Sousa deu a resposta às críticas e também a alguns comentários de populares com quem se cruzou, referindo-se a "alguns independentíssimos e imparcialíssimos comentadores de lugar cativo nas televisões, os fazedores de opinião".
"Acham que nós estamos um pouco cansados", afirmou o candidato, respondendo-lhes que "se desiludam". Os portugueses irão "encontrar na CDU, nos nossos candidatos, nesta imensa força, não o cansaço mas a alegria do combate", garantiu Jerónimo de Sousa.
Após a sua intervenção, o candidato ouviu, por sua vez, as "Estrelas do Alentejo de Santa Vitória, concelho de Beja, que se deslocaram a Alcochete para outra actuação, mas cantaram, desta vez, especialmente para a CDU e sobre papoilas vermelhas, em vez de cravos.
"Meu Alentejo com papoilas encarnadas, tão lindas e delicadas, tão belas que até encantam", dizia a letra daquela moda, enquanto o líder comunista escutava sem desviar o olhar.
"Foi uma expressão do Alentejo profundo", comentou Jerónimo, antes de seguir para um almoço com apoiantes no Pinhal Novo, terra de ferroviários do concelho de Palmela, acompanhado do cabeça-de-lista Francisco Lopes.
"Peças descartáveis"
O almoço decorreu na Associação de Reformados e não nos Bombeiros Voluntários como estava previsto, uma vez que um dos seus jovens elementos perdeu a vida.
Neste almoço, Francisco Lopes pediu aos apoiantes e simpatizantes da CDU que não se cansem, e pediu um reforço da votação no distrito, onde esta coligação elege quatro dos 17 deputados: três do PCP e um do Partido Ecologista Os Verdes. Além disso, criticou PS, PSD e CDS. "Como se não bastasse esta lei da selva, querem transformar cada vez mais os trabalhadores em peças descartáveis na engrenagem da exploração", criticou.
No encontro, Jerónimo de Sousa lembrou Carolina Beatriz Ângelo, médica, lutadora sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminista que foi a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911.