Uma sessão trituradora de rock'n'roll. Assim se pode definir a passagem por Paredes de Coura dos Kasabian, banda a que coube o encerramento do Palco EDP no quarto e penúltimo dia.
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Energia a rodos, aparato visual elevado e uma entrega irrepreensível ajudaram a transformar o concerto na salvação rock do dia. Por muito positivos que tenham sido, os três concertos inaugurais (e foram-no, cada qual à sua medida: Gang Gang Dance, Of Montreal e Whitest Boy Alive) acabaram por apresentar bem mais do que uma influência, ao contrário do que sucede com o grupo oriundo de Leicester, lídimo representante da tradição rock'n'roll.
O futuro dos Kasabian não será assim tão brilhante ao ponto de o vocalista Tom Meighan quase nunca dispensar os óculos de sol em palco, mas há uma componente de 'show off' tão cara ao espírito rock que não só torna justificáveis esses tiques como faz com que sejam imprescindíveis até para a manutenção de um certo imaginário ligado a excessos de vária ordem.
Pelo contrário, da passagem de Anna Calvi pelo festival minhoto não deverá ficar grande história. Não por exclusivo alheamento da jovem inglesa mas, porque entre ela e a plateia não se estabeleceu a cumplicidade que Erlend Oye, por exemplo, conseguiu alcançar (à custa de muitos elogios, é certo).
Invulgarmente curta, a atuação de Calvi foi demasiado morna, a léguas do patenteado em disco, a que não terá ajudado ainda o seu laconismo crónico.