<p>O anfiteatro natural de Paredes de Coura encheu-se de pessoas e distorção com o regresso do rock ao Tabuão. Franz Ferdinand eram os mais aguardados, mas antes também houve coisas boas, nomeadamente a brit pop dos Supergrass. Veja as fotos de Paredes de Coura <a href="http://jn.sapo.pt/blogs/festivaisdeverao/default.aspx">AQUI</a></p>
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Já a relva estava toda ocupada e os Franz Ferdinand (FF) entraram em palco. O grande pontapé de saída estava dado. E mal saíram os acordes de Burn This City levantou-se o pó. Mosh com FF!
O monte de Paredes de Coura não se via tantos eram os braços no ar. E não se limitavam a ficar erguidos, iam da esquerda para a direita, fazendo um movimento contínuo que dava a impressão que a terra se movia.
Todos sabiam o que tinham de fazer e cantar. Essa simbiose resultou e poucos devem ter sido aqueles que subiram o monte com um sentimento de ausência. Os FF deram um concerto profissional e com tudo no sítio.
Os singles foram todos tocados e todos os cantaram sem falhar. À frente do palco uma roda de mosh surgiu e não morreu até os Ferdinand pararem de tocar. As bases tinham sido bem lançadas.
Pouca passava das 22.30 horas quando os Supergrass subiram ao palco. Mais de uma década depois da explosão do brit pop que os deu a conhecer, os britânicos subiram ao palco dispostos a mostrar que têm vida para além das modas. E são capazes de ter razão.
Com uma boa batida e apostando na distorção, mas sem esquecer a melodia, foram os responsáveis pelas primeiras grandes ovações da noite. E o anfiteatro natural de Paredes de Coura, com a relva há muito tapado pelos milhares de festivaleiros, mexeu-se a sério pela primeira vez.
Antes dos Supergras, os The Horrors entraram com um som agressivo a fazer lembrar o punk-dark do início dos anos oitenta, onde não faltava o habitual órgão. Tiveram os seus momentos, principalmente nas músicas em que o bombo acelerava. Todavia, o seu registo melancólico "a la" Joy Division e Bauhaus, no dia dos Franz Ferdinand, não convenceu a audiência, que esperava batidas mais dançáveis.
The Pains of Being Pure at Heart vinham bem credenciados. E tinham uma boa moldura humana por causa dessa expectativa. Mas, se o disco de estreia dava boas premissas para um bom espectáculo, a verdade é que, em cima do palco, deixaram um pouco a desejar. Actuaram durante cerca de uma hora, com músicas engraçadas, mas com muito pouco de inovador.
A estreia do palco principal tinha ficado a cargo dos The Temper Trap que, mesmo com o sol ainda a bater nas caras dos espectadores, conseguiram pôr a mexer as algumas centenas de pessoas que já estavam no recinto.
Ontem, quarta-feira, no palco secundário, Sean Riley and the Slowriders deram uma boa entrada para o festival que não foi aproveitada pelos The Strange Boys. Os portugueses dominaram muito mais o folk-rock que os texanos, havendo mesmo alturas em que a voz do vocalista dos Strange Boys fazia as pessoas levar as mãos aos ouvidos.
Caso diferente foi Patrick Wolf. Ainda se ultimavam os últimos testes de som para o concerto do inglês já era quase impossível chegar perto do palco, tal era a legião de fãs que ansiosamente o esperavam, muitos deles do outro lado da fronteira.
Numa bruma de nevoeiro e ao som de uma forte batida electrónica surgiu a personagem Wolf. Apostando muito na pose, assemelhava-se a um Ziggy Stardust que empunhava um violino ou ukelele. A sua veia clássica veio ao de cima e, de violino ao ombro, entrou num atmosfera barroca, mas sempre com a electrónica a acompanhar.
O público gostava e a quantidade de pessoas em frente ao palco secundário era de fazer inveja a muitos supostos grandes concertos. Terminou a sua actuação com "The Magic Position" e o público em êxtase.