<p>A candidata à Câmara do Porto e o líder da "Distrital" do PS garantiram ontem, quinta-feira, "a abertura sem sectarismo" das listas às eleições autárquicas, para combater a "visão retrógrada, conservadora e salazarenta" de Rui Rio. </p>
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"Só um grande partido pode ser capaz de (...) levar a efeito uma verdadeira coligação para a cidade. Só um grande partido aceitaria dar corpo a este projecto que se apresenta à cidade sem sectarismos impróprios", declarou Elisa Ferreira, que lidera, como independente, a lista do PS que propõe para o Executivo e para a Assembleia Municipal um grande número de não filiados.
Falando na abertura da apresentação da lista para aqueles dois órgãos da Autarquia e da comissão da honra da candidatura, à qual se juntou ontem o cineasta Manoel de Oliveira, o director de campanha e coordenador distrital do PS, Renato Sampaio, caracterizou-a como "aberta e sem sectarismos" e apontou os candidatos como pessoas que têm "como objectivo servir o Porto e os portuenses" e "não precisam de protagonismo" nem "de comprar empregos".
"Sinto que cumpri o objectivo de apresentar uma equipa excepcional, que é a que eu queria constituir", disse, por sua vez, Elisa Ferreira. Agradecendo "o empenho e o incentivo" de Renato Sampaio no processo de "validação das listas com as características de abertura e competência que estas evidenciam", a cabeça-de-lista, que se apresenta como "candidata independente à presidência da Câmara apoiada pelo PS" num processo criticado pela Concelhia e cujo líder auto-suspenso, Orlando Soares Gaspar, não esteve presente, saudou "todos os militantes socialistas".
Na cerimónia, o líder da "Distrital" referiu-se à gestão do presidente da Câmara, Rui Rio, como caracterizada por uma "visão retrógrada, conservadora e salazarenta", enquanto o ministro da Economia e das Finanças, Teixeira dos Santos, primeiro candidato à Assembleia Municipal, apontava a "política irresponsável que o actual Executivo tem vindo a promover, que aposta no imobilismo e no confronto institucional".
"Portugal precisa de um Norte forte; e não há um Norte forte sem um Porto forte", disse Teixeira dos Santos, sustentando que a cidade está a perder força, a perder habitantes (500 por mês desde 1991, precisou), a perder jovens ("um contra-senso quando tem a maior universidade do país", observou) e a perder empresas.
Além do "carácter eminentemente cívico destas candidaturas", Elisa Ferreira sublinhou a composição plural da comissão de honra, que reúne 200 personalidades de "todas as áreas de actividade e todo o leque partidário". Trata-se de uma comissão de "larguíssimo espectro que representa a mobilização de toda a cidade", assegurou.