<p>"O Bloco é a única Esquerda que não se comprometeu com Rui Rio e traz uma política nova para a cidade". Foi com esta garantia que Francisco Louçã disse, ontem, acreditar que João Teixeira Lopes conseguirá entrar para a vereação do Porto e, assim, "retirar a maioria absoluta" à coligação PSD/PP.</p>
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Distribuindo programas e beijinhos pela rua de Santa Catarina, o líder do BE quis passar a mensagem de que, tal como nas legislativas ajudou "a tirar a maioria absoluta a José Sócrates", no Porto, cabe a Teixeira Lopes essa missão.
"Se o BE tiver um vereador, será a voz de combatividade que a Câmara nunca teve", assegurou, por sua vez, o cabeça-de-lista. Ou seja, a Autarquia "tem hoje vereadores de Esquerda que não cumprem o seu papel e, na maior parte dos casos, votaram com Rui Rio", acusou Teixeira Lopes. E "à terceira é de vez", respondeu a uma eleitora que notava não ser esta a primeira vez que concorre.
Louçã esforçava-se, entretanto, para desviar a conversa para as autárquicas, quando abordado pelos populares, que lhe davam os parabéns. "Já tirámos uma maioria absoluta, agora vamos tirar outra aqui", insistia. "É para a Câmara do Porto. É a nossa luta desta vez", repetiam os bloquistas, com as gaitas de foles a abrir caminho.
Na Baixa, eram muitos os que se dirigiam ao líder. Uma cidadã brasileira, de 40 anos e a morar com familiares no Porto, quis tirar uma foto. E porquê, perguntou o JN. "Todos falam dele e nunca tive a oportunidade de o conhecer", explicou Leonor Almeida. Uma beneficiária do Rendimento Social de Inserção prometia, entretanto, barrar a passagem a Paulo Portas e a Rio, que ontem disse que o Governo está a criar um país de "subsídiodependentes", levando Louçã a acusá-lo de desprezar a pobreza (ler declarações na pág. 10). Além dos pobres, o líder do BE diz que Rio está também "contra a cultura".