<p>Na recta final da campanha, Elisa Ferreira agudizou as críticas a Rui Rio, acusando-o de "autismo e quase desumanidade" na forma como trata a questão do Rendimento Social de Inserção. E atribuiu-lhe uma "postura fria, gelada e calculista".</p>
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A candidata socialista promoveu, ontem, uma conferência de Imprensa que serviu, sobretudo, de resposta a Rui Rio. O presidente da Câmara do Porto acusou o Governo de criar um país de "subsidiodependentes. Palavras que, segundo Elisa Ferreira, mostram que "quer assumir-se como líder do país", no "pós-Ferreira Leite", e revelam, também, "um discurso mais à direita do que o CDS".
Rui Rio "não utilizou" o instrumento de que dispõe, acusou a candidata do PS, recordando o "programa nacional que permite a ocupação dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI)" e que diz ser usado, por exemplo, em Lisboa. Por isso, considera "absolutamente insuportável" que Rio levante o problema "quando os instrumentos estão lá e a Câmara os ignorou". No seu entender, tal "demonstra um autismo e quase desumanidade".
Assegurar actividade para pelo menos dois mil desempregados ou beneficiários do RSI, directamente ou em parceria com as instituições particulares de solidariedade social e as juntas, é uma das propostas de Elisa. Um centro "Novas Oportunidades" na Câmara e bolsas em empresas para fixar "mil jovens licenciados", todos os anos, são outras propostas. Além disso, promete a fixar o desemprego no Porto "abaixo da média nacional" e impedir que seja "mais do dobro da de Lisboa". E reduzir em um terço o desemprego jovem e qualificado.
Sobre o RSI, Elisa concluiu que "atacar o problema pela via da fiscalização e retirar este mínimo de sobrevivência" vai "para além de tudo o que é admissível". Rejeita críticas de Rio ao Governo quando "não presta contas" do "grave problema" que tem no Porto.
"O que fez pelo emprego e pela inserção social? Zero", resumiu, atribuindo-lhe "indigência" no discurso. "Há uma diferença brutal entre uma postura humana e uma completamente fria, gelada e calculista", contrapôs, ainda.
Fernanda Rodrigues, candidata do PS que foi apresentada como responsável do programa nacional para a inclusão, disse que Rio "é um dos últimos defensores do darwinismo social", que "deixa os mais fracos à sua sorte".
O número dois de Elisa, Manuel Correia Fernandes, aproveitou a iniciativa de ontem para reafirmar que o bairro do Aleixo é um "magnífico projecto" ao nível de arquitectura com uma tipologia "moderna e actual", ao contrário do que diz Rui Rio.