
Luís Pedro Carvalho
Manu Chao já não vinha a Portugal há muitos anos, por isso, já se adivinhava a enchente no primeiro dia do Festival Marés Vivas para o ver. O concerto começou pouco depois da uma e meia da manhã com lotação esgotada no recinto e muito pó a ser levantado na plateia.
A vivacidade e alegria do artista de naturalidade francesa são já conhecidas e conseguem cativar o público. Mesmo com a hora tardia do espectáculo - que se adivinhava longo, como é normal em todos os seus concertos - o público não arredou pé do recinto.
"Welcome to Tijuana" foi uma das primeiras músicas a fazer toda a gente saltar em Vila Nova de Gaia. "Me gustas tu", em ritmo acelerado, foi também um momento de euforia colectiva em que muitos cantaram a uma só voz.
Uma semana depois de terem actuado no Optimus Alive, os Xutos & Pontapés aqueceram o ambiente no festival Marés Vivas. O guitarrista Zé Pedro tornou a marcar presença em palco e voltou a agradecer todo o apoio prestado pelos fãs quando esteve hospitalizado.
"É isto que me faz bem", disse Zé Pedro aos milhares que se juntaram ao espectáculo. Sempre de bandeira portuguesa a meio do palco, os Xutos & Pontapés foram a primeira banda lusa a pisar o palco principal no Marés Vivas. O alinhamento começou com "Sémen", "Ai se ele cai", "À minha maneira" e "Não sou o único", entre muitos outros sucessos. Uma das músicas mais cantadas pelo público foi a mítica música "Homem do Leme", com 25 mil pessoas a cantarem o refrão.
Já antes, os brasileiros Natiruts conseguiram trazer o ambiente e o espírito do reggae ao Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, com vistas para o rio Douro. O vocalista, Alexandre Carlo, não se cansou de dizer que estava muito feliz por estar neste festival e "no Porto, Portugal" e ainda deu os parabéns à organização porque com "a crise que rola aí", decidiram avançar com o festival.
Carlo acrescentou "cultura é investimento", conseguindo o aplauso efusivo do público que dançou ao som dos brasileiros. Com um arranque atribulado para os jornalistas, que só puderam entrar no recinto depois do início da actuação da primeira banda, o Marés Vivas está, esta noite, bem composto de público. Horas antes, eram muitos os adolescentes, alguns acompanhados pelos pais, que vagueavam ao final da tarde pelo recinto do palco secundário e as barraquinhas de merchandising dos patrocinadores do evento. Na abertura do terreiro do maior palco do recinto, foram muitos os que correram para as grades de forma a não perderem pitada dos concertos. Se os Xutos são a referência de muitos, há também quem prefira a "paz e liberdade" de Manu Chao e a calma alegre de Natiruts, a primeira banda a tocar na zona nobre do Marés Vivas. A quem ainda estiver a sair de casa, recomenda-se que traga um bom casaco porque a noite está fria e ventosa. A partir desta quinta-feira e até sábado, o Cabedelo, em Gaia, recebe aquele que a organização caracteriza como "o maior festival da região Norte", com uma lotação diária máxima de 25 mil pessoas.
