"Eu não faço fretes à Direita", afirmou sexta feira à noite, em Braga, Manuel Alegre, que justificou desta forma a presença no comício de apoio o candidato socialista Vitor Sousa. "Se fosse outro partido qualquer da Esquerda com condições para ganhar eu viria na mesma", sublinhou.
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Para o histórico socialista, nestas eleições não são só autárquicas que estão em causa. "Está em jogo um julgamento político do governo. Custa-me acreditar que o governo não seja castigado nestas eleições. Este governo é um atentado ao estado social", considerou Manuel Alegre.
Questionado sobre que consequências para António José Seguro de uma derrota nacional do PS nestas autárquicas, o poeta disse que "não são eleições internas". "Tem assumido riscos e dado a cara. Isto é meritório e faz os grandes políticos. Apesar da descrença, nem todos políticos são iguais, nem todos mentem no parlamento ou têm ações do SLN ou estão metidos no BPN", disse.
Manuel Alegre afirma ainda que a esquerda na Europa tem que fazer uma auto reflexão, pois segundo o socialista a esquerda "não se pode auto combater" e considera que o único líder mundial que está a dizer aquilo que deve ser dito é o Papa Francisco.
"A esquerda tem que fazer uma auto crítica sobre o que está acontecer na Europa em vez de andar à caça dos votos uns dos outros. É por isso que considero que o único líder que está a dizer aquilo que deve ser dito é o Papa Francisco", frisou Manuel Alegre, que aproveitando a visita a Braga não deixou de comentar a colocação da estátua do Cónego de Melo numa rotunda na cidade.
"Não aprovo nada a colocação dessa estátua. Vou propor aqui a colocação da estátua, esse sim um grande bracarense, do Francisco Salgado Zenha. Um grande democrata do país. É uma forma de compensar o que aqui foi feito. Uma estátua que eu nunca colocaria", referiu Manuel Alegre.