Marlene saiu à rua sem o protagonista principal a bordo. A candidatura da coligação PSD/CDS no Porto prosseguiu viagem no autocarro descapotável pelas ruas da cidade, mas Rui Rio, que procura a reeleição para o terceiro e último mandato na Câmara, ficou em terra a preparar o derradeiro embate entre os candidatos, que se realizou ontem à noite na RTP.
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Os últimos dias da campanha têm sido marcados pelo apelo ao voto dos portuenses. Embora o autarca sinta uma "grande adesão popular", como afirmou na Praça Velasquez no passado domingo, Rui Rio tem apontado o discurso para a necessidade dos eleitores não se fiarem em sondagens e darem a vitória por garantida. Essa preocupação tornou-se mais evidente desde segunda-feira. Dia em que os líderes do PSD e do CDS visitaram a cidade para partilharem o apoio à coligação.
O democrata-cristão Paulo Portas deu o mote e recordou o seu exemplo nas legislativas. Então, as sondagens davam uma percentagem bastante inferior àquela que o partido alcançou nas eleições, tornando-se na terceira força política nacional. "Se fosse pelas sondagens, eu estaria enter-rado sete palmos abaixo da terra e com missa de sétimo dia encomendada", gracejou, então, Paulo Portas, incitando ao voto dos portuenses na coligação.
Resolvida a eleição nacional, a campanha autárquica segue morna e, no Porto, condicionada pela chuva. O dia em que Rui Rio teve a recepção mais calorosa (domingo à tarde nos bairros de Lordelo do Ouro e de Ramalde) foi também o momento em que ouviu insultos e apupos. Pelas ruas, desdobra-se em cumprimentos e escuta palavras de incentivo. Leva, porém, queixas e apelos para demolir uma antiga fábrica repleta de toxicodependentes no bairro de Pinheiro Torres e silenciar o ruído nocturno de Cedofeita.
Em relação à principal opositora, Elisa Ferreira, Rui Rio vem destacando a entrega a "100%" ao Porto com a garantia de que cumprirá o mandato até ao fim, ao mesmo tempo que critica a candidata do PS por estar a "50% no Porto e a 50% em Bruxelas". Hoje o autarca passará o último dia da campanhã na rua.