Sondagem JN/DN/RTP/Antena 1.
Corpo do artigo
Se as autárquicas fossem hoje, o socialista Guilherme Pinto não perdia o lugar de presidente, mas fugir-lhe-ia o poder absoluto para governar a Câmara de Matosinhos. E Narciso de Miranda não seria parceiro certo para acordos.
Pelo menos, é a conclusão a que se chega se analisarmos as previsões da sondagem efectuada pela Universidade Católica, a que nos reportamos hoje, e que foi realizada para Jornal de Notícias, Antena 1, RTP e Diário de Notícias. Leia-se: Guilherme Pinto, do PS, pode não passar dos 39%; Narciso de Miranda, que se apresenta como independente, ficar-se-á pelos 27% e José Guilherme Aguiar, da coligação PSD/CDS-PP, pode chegar aos 22%.
E se é verdade que será com José Guilherme Aguiar (que troca a Autarquia de Vila Nova de Gaia pela de Matosinhos), que Guilherme Pinto poderá fazer acordos, também é relevante o facto de este estudo de opinião apontar, para o PSD um resultado pior do que em 2005.
Ou seja, João Sá, então cabeça de lista, obteve 30,9% dos votos, fatia que seria suficiente, agora, para o candidato se posicionar em segundo lugar, destronando Narciso Miranda.
Refira-se que, durante a campanha eleitoral, uma das grandes preocupações manifestadas quer por Guilherme Pinto, quer por Narciso foi a abstenção, que, no estudo feito através de simulação de urnas a 1257 indivíduos, não seria relevante: 79% dos inquiridos deram a certeza de que vão votar e 11% disseram estar indecisos.
Outro problema que Narciso Miranda poderá vir a enfrentar é a sigla nos boletins de voto. Aliás, no comentário que ontem fez para o JN, o candidato independente revelava receios, por haver quem continue a considerar que ele representa o PS, assinalando a cruz na "mãozinha" e não no "coração", sigla que escolheu para o representar no boletim.
Voltando à sondagem de hoje, e num cenário de 11 mandatos, a CDU perderia o seu actual vereador e candidato, Honório Novo, apenas conseguindo 4% dos votos. Igual resultado é estimado para Fernando Queiroz, do BE. Estes dados significariam, assim, uma fuga significativa de eleitores comunistas e bloquistas, contribuindo para a divisão de votos entre Guilherme Pinto e Narciso .
Há quatro anos, Guilherme Pinto, então "delfim" de Narciso Miranda , foi eleito com 47,3%. Ganhou seis lugares na vereação da Câmara de Matosinhos, número que lhe garantiu uma maioria absoluta. A Oposição (PSD/CDS-PP, com 30,9% e quatro mandatos, e CDU, com 8,6% e um vereador) não era, em Outubro de 2005, algo que tirasse o sono ao socialista.
Nessa altura, não se sabia que, tempos depois, seria Narciso Miranda , o homem que o colocou no poder quando decidiu ser secretário de Estado, quem se transformaria no seu maior adversário, numa guerra de rosas que pode dividir votantes no domingo.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias entre os dias 2 e 4 de Outubro de 2009. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes no concelho de Matosinhos. Foram seleccionadas aleatoriamente sete freguesias do concelho. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das eleições legislativas de 2009 e autárquicas de 2005 nesse conjunto de freguesias, ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma, estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1257 inquéritos válidos, sendo que 56% dos inquiridos eram do sexo feminino. As intenções de voto foram recolhidas através de simulação em urna. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos residente em Matosinhos por sexo (2007) e escalões etários (2007), na base dos dados do INE e por dimensão da freguesia na base dos dados eleitorais. A taxa de resposta foi de 80%.* A margem de erro máxima.