<p>O traçado da linha de metro em Matosinhos (Linha Azul) e a opção pela circulação das composições à superfície estiveram debaixo de críticas num debate, no "Porto Canal", entre os candidatos à presidência da Câmara. </p>
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Narciso Miranda, candidato independente, admite que a opção pelo metro à superfície no concelho não foi a melhor. O candidato presidia à Autarquia quando a linha foi aprovada, mas reconhece agora que as composições colidem com a circulação automóvel.
Os maiores constrangimentos, referiu, acontecem na Senhora da Hora e no cruzamento da Avenida da República com a Rua de D. Afonso Henriques. "Temos ali um problema que irrita as pessoas", afirmou Narciso, anteontem à noite, perante as câmaras do Porto Canal e os seus quatro adversários na corrida à Autarquia. No total são seis, mas o candidato do Partido Popular Monárquico (PPM), António Trancoso, não foi convidado, razão pela qual apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições.
O dossiê metro dominou quase uma das duas horas do programa, mas o debate centrou-se sobretudo no passado. O traçado da única linha que existe em Matosinhos - entre a Senhora da Hora e o Senhor de Matosinhos - esteve debaixo de fogo. Fernando Queirós, do Bloco de Esquerda, considerou-o "aberrante" por andar às curvas entre as habitações; José Guilherme Aguiar (PSD/PP) disse não perceber a escolha à superfície e acha que "Matosinhos foi abandonado à sua sorte".
Em resposta ao social-democrata que não se importa que lhe chamem "pára-quedista em Matosinhos", Honório Novo (CDU) explicou as razões que conduziram à opção pelo metro à superfície: a proposta foi aprovada pelos vereadores do PSD/PP e do PS, com Narciso na presidência da Câmara e Guilherme Pinto como seu vereador. "Só a CDU votou contra", afirmou, recordando a constestação feita à opção escolhida.
Todos terão aprendido com o erro porque na futura linha do Campo Alegre (S. Bento/ Matosinhos-Sul) o problema já não se coloca. Recentemente, a Câmara aprovou por unanimidade uma proposta de enterramento da linha na Rua de Brito Capelo, lembrou Guilherme Pinto.
A futura linha que ligará a Senhora da Hora ao Hospital de S. João, via S. Mamede de Infesta, integrada na segunda fase da expansão da rede de metropolitano, também esteve em cima da mesa, com Narciso Miranda e Guilherme Pinto (PS) a disputarem a autoria da ideia e a sua negociação. "Muito antes da Ana Vitorino [secretária de Estado das Obras Públicas] vir a Matosinhos, já se falava nessa linha", afirmou o independente. "Defender todos defendem, mas concretizar é que é dificil", contrapôs o socialista. Narciso ainda acusou Guilherme Pinto de ter esquecido os leceiros nas negociações com o Governo e Guilherme Pinto recordou que há dois anos a única linha prevista era a da Boavista (que desembocava em Matosinhos-Sul). "Agora há duas", disse.
O BE levantou ainda a questão dos preços do Andante - "em comparação com Lisboa são brutais e ainda não vi os presidentes da Área Metropolitana falarem nisso". O PS diz que "o pior" é a fixação de tarifários por zona. O candidato defende a cobrança por percurso.