O Movimento Partido da Terra (MPT) deseja mais votos nas eleições legislativas de 5 de Junho, ansiando por "mandato ou mandatos", e mostra-se disponível para colaborar com outros partidos, excepto o PS de José Sócrates.
Corpo do artigo
Em entrevista à Agência Lusa, o cabeça de lista do MPT por Lisboa, Pedro Quartin Graça, apontou o primeiro-ministro demissionário e recandidato como o grande responsável pela situação económica do país, embora considerando uma "inevitabilidade" o acordo celebrado entre os responsáveis políticos lusos e a "troika" da União europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
"Os objectivos são, naturalmente, subir a votação para números muito superiores aos que tivemos, eleger deputado ou deputados, ainda que nesta situação difícil de um certo apelo ao voto útil, mas a verdade é que creio que os portugueses estão cansados de, sistematicamente, votarem nos mesmos e, fundamentalmente, de não ouvirem propostas alternativas para o país", disse.
Questionado sobre um cenário eventual de diálogo com outros partidos na Assembleia da República, Quartin Graça descarta a hipótese de o fazer "com este PS e este engenheiro Sócrates" porque "é um dado adquirido que o MPT não poderá aliar-se àquelas pessoas que mais contribuíram para a actual situação do país, para o empobrecimento dos portugueses, da classe média, dos mais desfavorecidos, dos pensionistas e dos idosos".
"Podemos sim, estar ao lado de outras forças políticas que tenham um outro sentido de Estado, um outro projeto para o País, que implique uma mudança radical nas políticas erradas que têm sido seguidas nos últimos anos", afirmou.
Sobre o documento assinado por PS, PSD e CDS-PP com a "troika", o responsável do MPT disse que "soa a algo forçado, uma cedência do Governo português à especulação internacional", salientando "as alternativas nunca anunciadas aos Portugueses".
"Houve uma oferta de Timor e havia outros países amigos disponíveis a juntar-se a esse consórcio e sobre isso houve o maior silêncio", disse, antes de destacar várias das medidas constantes no programa eleitoral do seu partido.
Na área da "protecção social", o MPT avançou com a ideia da constituição de um Fundo Português de Solidariedade - "uma senha única doada por todos os autarcas e destinada a ajudar as famílias mais carenciadas" -, além de uma Secretaria de Estado para os Idosos e de Comissões de Protecção para cidadãos seniores, que constituem "30% da população".
"Defendemos uma reestruturação nas Forças Armadas. Somos o primeiro partido português que o faz. Com a vocação atlântica e marítima de Portugal, com oito vezes mais de superfície marítima do que terrestre, com a nossa Zona Económica Exclusiva, com o que será a extensão da nossa plataforma continental, propomos diminuir o peso do Exército e aumentar substancialmente o peso da Marinha e da Força Aérea", afirmou.
Quartin Graça desempenhou as funções de deputado, eleito como independente nas listas do PSD nas Legislativas de 2005, mas voltou a falhar a eleição para o Parlamento em 2009, quando o MPT obteve 12.405 votos (0,22 por cento), em coligação com o Partido Humanista e outros 3.265 (0,06 pc) nos círculos eleitorais em que concorreu isoladamente.
Na "corrida" à AR de 5 de Junho, o MPT participa autonomamente como listas de candidatos nos 22 círculos eleitorais.