O segundo dia do Festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar, arrancou em português, com os Deolinda a comandarem a primeira enchente e os Clã a cantarem para os mais pequenos.
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Trajada com casaco de cabedal verde e vestido preto justo, Ana Bacalhau, vocalista dos Deolinda, soube chamar público para junto do palco a uma hora em que os festivaleiros chegavam da praia e se acomodavam no campismo.
O quarteto mostrou as canções mais conhecidas, arriscou algumas para momentos mais sossegados, como Clandestino e Passou por Mim a Sorrir, e ainda mostrou um tema inédito, Lei de Mercado.
A presença de uma bateria, com Sérgio Nascimento, revigorou as canções 'afadistadas' dos Deolinda e ainda houve tempo para revisitar Fungagá da Bicharada.
Para o final ficaram Fon Fon Fon, Parva que Sou e Movimento Perpétuo Associativo, com o público a cantar em coro.
Ingrata a tarefa do cantor brasileiro Marcelo Camelo, que abriu o palco principal para escassas centenas de pessoas e para as quais mostrou as canções dos dois álbuns a solo, Sou/Nós e Toque Dela. Ainda foi ao baú dos sucessos dos Los Hermanos.
Nem Janta e Doce Solidão, duas das mais conhecidas canções do músico carioca, acordaram o público, que àquela hora estava mais interessado em 'viver' do que em 'ver' concertos, fazendo jus ao lema do festival.
Sendo o Sudoeste TMN um festival para passar férias com música, ao cair da noite, os festivaleiros -- que estão há vários dias acampados -- estavam mais preocupados em tomar banho nos chuveiros colectivos, em jantar ou em recarregar baterias para ver o cabeça-de-cartaz da noite: Kanye West.
Noutro ponto do recinto, os Clã tocaram Disco Voador, dedicado aos mais pequenos, e foram estes que fizeram a festa nas primeiras filas. Havia um grupo de crianças convidadas de Odemira e algumas famílias, porque os esperadores até aos dez anos não pagavam entrada.