<p>Do rock ao jazz, sem esquecer o heavy metal ou o reggae, a oferta de festivais de Verão cobre géneros musicais cada vez mais diversificados. Os promotores saúdam a concorrência, mas há quem advirta para o risco de saturação.</p>
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A saída de Vilar de Mouros do cartaz de festivais de Verão, em 2007, não tardou a ser ocupada por outros eventos e o que parecia ser na altura uma retracção no mercado quanto ao excesso de oferta logo foi contrariado com o aparecimento de novas propostas. De então para cá, o mercado de festivais continuou a crescer e, mesmo com o fantasma recessivo, o roteiro de festivais em território português atinge este ano um novo recorde, com um total de 40 eventos.
Os festivais de maior envergadura transitam de anos anteriores - como Sudoeste, Paredes de Coura ou Alive -, mas há também os que dão os primeiros passos, de que é exemplo o Sumol Summer Fest, na Ericeira, os os que têm ganho uma pujança crescente (Marés Vivas, em Gaia).
O número não causa espanto a Álvaro Covões, director da promotora Everything is New, que estabelece um paralelismo com o número anual de jogos dos "três grandes", superior a uma centena, para defender a tese de que existe ainda um longo caminho a percorrer. "Basta consultar as estatísticas para concluir que os portugueses ainda consomem pouca cultura", adianta.
A par da descentralização geográfica, a segmentação crescente é uma das tendências dos festivais. Jwana Carvalho, da Música no Coração, destaca a "grande variedade de géneros existentes", susceptíveis de irem ao encontro de "melómanos com gostos musicais distintos".
Mesmo com a dinâmica inegável, o corte médio de 20% nas despesas de marketing das principais empresas atinge estes eventos. Pela segunda vez em 17 anos, o Festival de Paredes de Coura não dispõe de um patrocinador principal, frustrado que foi o pré-acordo com uma multinacional de cerveja. João Carvalho, director da promotora Ritmos, não se mostra preocupado. As campanhas de promoção em Espanha já estão em marcha e o organizador do festival não exclui a hipótese de o número de espectadores espanhóis suplantar o de portugueses. "É o único festival ibérico que existe", orgulha-se João Carvalho, que cita, a título de exemplo, o acordo com uma rádio espanhola para ser o parceiro de média do evento, "algo inédito entre nós".
Apesar da subida dos "cachets" - medida que contorna o colapso das vendas de discos -, o preço dos bilhetes nos festivais portugueses não tem sofrido alterações de maior, representando, em média, um terço do que custam os ingressos nos principais eventos europeus. Por isso, o director da Ritmos considera que "os bilhetes em Portugal são os mais baratos do Mundo, mas a médio prazo a situação vai ter que ser corrigida"; sob pena de a existência dos festivais "ser colocada em causa".
Música e sol são receita de sucesso dos festivais
Sumol Summer Fest (Ericeira) - 26 e 27 de Junho
Patrice
Horace Andy
Delta Tejo (Lisboa) - 3, 4 e 5 de Julho
Bajofondo
Vanessa da Mata
Orishas
Optimus Alive! (Oeiras) - 9 a 11 de Julho
Metallica
Slipknot
The Prodigy
The Black Eyed Peas
Marés Vivas (Gaia) - 16 a 18 de Julho
Kaiser Chiefs
Primal Scream
Lamb
Keane
Músicas do Mundo (Sines) - 17 a 25 de Julho
Lee "Scratch Perry"
Chucho Valdés
Paredes de Coura - 29 de julho a 1 de Agosto
Franz Ferdinand
Nine Inch Nails
The Hives
Jarvis Cocker
TMN Sudoeste (Zambujeira do Mar) - 5 A 9 de Agosto
Faith no Nore
Madcon
The National
Lilly Allen
Ilha do Ermal - 27 a 30 de Agosto
Sepultura
R.A.M.P.
Noites Ritual (Porto) - 28 e 29 de Agosto
Mão Morta
Deolinda
Caos Emergente (Valongo) - 11 a 13 de Setembro
Mapalm Death
Behemoth