Quando é a doer, Portugal não se dá mal com a Espanha. E amanhã (19.30 horas, RTP1 e Sport TV), no Estádio Green Point, na Cidade do Cabo, a formação do Carlos Queiroz tem o primeiro jogo a eliminar, precisamente frente ao país vizinho.
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A história recente oferece uma confortável almofada psicológica às quinas. Quem não se lembra do Europeu de 2004? Portugal precisava de vencer a Espanha para se manter em prova, no derradeiro encontro da fase de grupos. Os rapazes de Luiz Felipe Scolari ganhavam confiança, mas muitos ainda torciam o nariz, depois daquela derrota com a Grécia (2-1), no arranque da competição. As quinas partiram então, no Estádio de Alvalade, para uma exibição de garra e Nuno Gomes, saído do banco, resolveu o desafio, dando o mote para uma festa que encheu as ruas, de Norte a Sul, na noite de 20 de Junho de 2004.
Portugal e Espanha apenas mediram forças duas vezes em fases finais de grandes competições internacionais. No Europeu de 2004 e no de 1984, disputado em França. No torneio ganho pelos gauleses, há 26 anos, a selecção das quinas também travou a fúria dos vizinhos, que haveriam de ser batidos pela selecção da casa, na final.
Portugal defrontou a Espanha, liderada por um guarda-redes mítico, Arconada, no Vélodrome de Marselha. O encontro teve como resultado um empate, que serviu as cores nacionais, mas a formação lusa até esteve a vencer. António Sousa foi o autor de um golo espectacular, aos 52 minutos, e os espanhóis, depois de muito porfiarem, lá conseguiram bater o guarda-redes Bento, a 17 minutos do final, com golo de Santillana.
Transpondo os registos para a partida de amanhã, Portugal pode encarar, cheio de confiança, um adversário cujo valor é insofismável. Aliás, Miguel, Ricardo Carvalho, Deco e Ronaldo até sabem o que é mandar a Espanha para casa, pois estiveram presentes no jogo do Europeu de 2004. Paulo Ferreira, Simão e Tiago, que também estão na África do Sul, estiveram no banco.
Os dois países já se defrontaram 32 vezes, com saldo favorável aos espanhóis (15 vitórias, 12 empates e cinco derrotas). Mas a maioria dos jogos são particulares. Sempre que é a doer, a raça lusitana faz a diferença. Como todos esperam que aconteça, amanhã, na Cidade do Cabo...