Contra o aborto, eutanásia e casamento entre homossexuais, o Partido Portugal Pró Vida vai pela primeira vez a votos para defender a "causa da vida e da família".
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Com o lema "Valorizando a vida e a família, superamos a crise", o Partido Portugal Pró Vida candidata-se às eleições legislativas de 27 de Setembro para lutar contra a eutanásia, testamento vital, casamentos entre homossexuais, aborto e a obrigatoriedade da educação sexual nas escolas, além de promover iniciativas "favoráveis ao desenvolvimento das famílias".
"Achamos que a família tem o potencial de recurso social para fornecer a âncora de recuperação do país, da economia e da demografia", afirmou o líder do partido, Luís Botelho Ribeiro, em entrevista à Agência Lusa, defendendo a promoção do rejuvenescimento da população.
Para tal, Luís Botelho Ribeiro, professor universitário na Universidade do Minho, avança com benefícios fiscais nos impostos sobre os imóveis e tarifas da água que devem ter em conta o número de pessoas que pertencem ao agregado familiar.
Contra as obras públicas, o presidente do Partido Portugal Pró Vida considera que "há outras prioridades que o Estado deve promover e que teriam um impacto maior" em "altura de crise" como a criação de pequenas empresas de rede familiar.
Criado no Norte do país, o partido surgiu a partir do movimento de cidadãos Portugal Pró Vida, que no referendo de 2007 se manifestou contra despenalização do aborto.
"A intervenção física enquanto movimento estava esgotada e limitada. As iniciativas que promovemos e apoiamos junto do parlamento esbarram num muro de ineficácia. Achamos que tínhamos que dar este passo e constituirmos um partido político para levar mais longe o esforço de defender a vida e a família", justifica ao sublinhar que é necessário defender outras causas além do aborto.
Para Luís Botelho Ribeiro, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo - uma das bandeiras do PS - "são completamente neutros do ponto de vista demográfico" por não gerarem filhos.
"Não é por caso que os que propuseram o aborto propõem agora a eutanásia, o testamento vital, o casamento entre homossexuais. Há aqui uma tentativa de desviar a atenção dos reais problemas, como o desemprego e economia", refere.
Fazendo um "balanço negativo" da governação socialista dos últimos quatro anos, lamenta que "algumas das medidas mais perniciosas do Governo tenham tido a cobertura do Presidente da República", nomeadamente a Lei do Divórcio e da educação sexual nas escolas.
O partido tem "como base de reflexão a doutrina social da igreja", mas o presidente diz que entre os apoiantes há católicos, evangélicos e até "pessoas que estão em crise de fé".
Com a ambição de "passar a mensagem" e eleger um deputado, apesar de reconhecer que é difícil, principalmente para quem se candidata pela primeira vez, Luís Botelho Rodrigues diz que está próximo de todos os partidos que defendem a vida e no parlamento gostaria de se sentar nas filas de trás para estar junto das galerias, onde estão os cidadãos.