O líder do PSD acusou esta terça-feira de manhã o Governo de continuar a esconder a despesa pública e, com isso, estar a "prejudicar o país". Segundo Passos Coelho, o relatório técnico da Unidade Técnica de Acompanhamento Orçamental, divulgado segunda-feira, revela que a execução orçamental dos primeiros três meses do anos deixou de fora 200 milhões de euros.
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Segundo Passos Coelho, trata-se de despesas que com prestações de serviços, desde a área da limpeza, segurança e informárica, que foram efectuadas pelo Estado durante este período mas que não foram contabilizadas para efeitos de défice.
"Se porventura os próximos três trimestres continuassem a registar este empurrar com a barriga de despesas que estão a ser realizadas, mas não estão a ser contabilizadas, nós só com isso acabaríamos o ano com mais mil milhões de euros de défice real que, no entanto, não estaria a ser contabilizado", disse, apelando ao Governo para que seja "diligente e transparente" nas contas.
"Nós temos de ter transparaência nas nossas contas. Se pedimos dinheiro emprestado para satisfazer as necessidades que temos não podemos vir depois a dizer que fizemos mal as contas", alertando que se esta situação se mantiver o país não conseguirá cumprir o défice de 5,9% e "saberá que precisará ou de mais dinheiro ou de mais sacrifícos". "Isto não é tolerável", disse, lançando um desafio ao Governo: "Se não consegue travá-las (as despesas) que peça ajuda".
No final de um encontro com agricultores em Portalegre - distrito onde hoje passa o dia - o líder do PSD deu por encerrado o caso das nomeações escondidas que ontem levantou, mas diz que "o país percebeu bem o que se passou". "Não houve transparência nesse processo", disse, afiançando que "nos próximos dias a comunicação social se aperceberá das dezenas de nomeações de foram feitas que que foram ocultadas ao país".
"Já se percebeu que o Governo faz uma coisa e diz outra e não tem emenda neste aspecto", disse, garantindo que se o PSD for Gover "não terá vergonha das nomeações que faz, mesmo em vésperas de eleições". "Nós não vamos nomear os boys do PSD. Vamos nomear aqueles que são capazes", disse, mais tarde, durante um almoço com apoiantes em Portalegre onde admitiu não ter "nenhuma dúvida" de que a 5 de Junho o país saberá a quem cabe a responsabilidade da situação a que o país chegou. "A responsabilidade tem um nome: é José Sócrates", lembrou.