Quando Nuno Lopes meteu os seus pratos a girar perto das 3 horas da manhã, já os resistentes de Paredes de Coura tinham algumas boas memórias para levar para as tendas. Os PAUS confirmaram as expetativas, os Friends foram uma agradável surpresa e os Tune-Yards fizeram esquecer o mau tempo.
Corpo do artigo
Os portugueses PAUS, que tinham conseguido aguentar alguns milhares de festivaleiros no palco à sua espera, não desiludiram. Com as duas baterias frente a frente, um dos grupos mais requisitados deste verão não fez as coisas por menos e deu tudo para cumprir as altas expetativas que tinha semeado. Potente e assertivo, um concerto esforçado em cima e em frente do palco onde ambas as partes deram por bem entregue o seu tempo. Foi um bom final para uma noite em crescendo musical e, felizmente, em declínio pluvial.
Antes dos PAUS,estiveram em cima do palco os Friends. Apesar do nome pouco promissor, a verdade é que tinham mesmo um som bastante amigável. Uma daquelas bandas à antiga, coesas, com a bateria e baixo perfeitamente em sintonia e um órgão inspirado, sem falar na vocalista de bom timbre e ainda melhor alcance. Uma agradável surpresa numa noite que aos poucos começava a deixar uma boa impressão.
Stephen Malkmus & The Jicks assomaram ao palco, em Paredes de Coura, poucos minutos antes das 23 horas. A expectativa pela banda do antigo homem dos Pavement era grande, mas o concerto acabou por ser algo morno. Antes disso, os Sun Araw tinham chamado as pessoas e os Japandroids puseram-nas a mexer.
Mas foram os Tune-Yards que deram o primeiro grande concerto do festival. Merill Garbus controlou o público quase tão bem como os seus "loops" e com muito, muito bom "groove" e ainda melhor disposição facilmente atraiu os festivaleiros mais desconfiados com o seu caribenho tribal de grande qualidade.
Depois de uma tarde de muita chuva em Paredes de Coura, às 19 horas os Sun Araw subiram ao palco Vodafone. O afro-beat pós moderno do duo, com um par de guitarras, teclado e caixa de guitarras, pouco mais fez do que arrancar alguns baloiçares e salvas de palmas das poucas centenas de pessoas presentes.
O registo intimista, quase de jam, da banda talvez funcionasse num cenário de por-de-sol, mas com um céu cinzento e carregado foi insuficiente para aquecer os corpos molhados dos festivaleiros.
A segunda banda da noite, com bons riffs e muito bombo e tarola conseguiu encher a lotação do palco secundário. A chuva forte não foi impedimento para o sucesso do rock despretensioso e potente do duo canadiano Japandroids que saía das colunas e que facilmente contagiou os destemidos que abandonaram o aconchego possível das suas tendas.