Jerónimo de Sousa garantiu, esta segunda-feira à noite, que não se deixa convencer por vozes de "sereia" que acenam com um lugar no Governo. E disse que a CDU fará o seu próprio caminho na construção de uma alternativa de Esquerda.
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"Alguns que habitam pântanos já há mais de 34 anos fazem apelos ao PCP com vozes de sereia: venham para aqui, sabe-se lá se não teriam lugar no Governo, venham para aqui para o pântano do conformismo, da política de direita", contou o líder comunista, Jerónimo de Sousa, que teve casa cheia em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal.
Jerónimo garantiu que seguirá em direcção contrária. "Nós não vamos por aí. Vamos por um caminho que com certeza é íngreme, com certeza é mais difícil", mas "procurando um chão mais seguro para a construção dessa proposta alternativa que colocamos aos portugueses", de uma "Esquerda patriótica".
Antes, criticou as "guerras de alecrim e manjerona" e "de comadres" porque PS, PSD e CDS "não têm assunto". "Eles andam aí numa fona, aparentemente às turras uns com os outros", disse o secretário-geral do PCP. E "até impressionavam, às vezes, pareciam que iam chegar a vias de facto".
"Juntaram-se os três à esquina a tocar a concertina e a dançar o só-li-dó", criticou ainda, recordando a famosa canção popular. Só que, afirmou, trocaram "o só, o li e o dó pelo FMI, pela União Europeia e pelo Banco Central Europeu".
Por sua vez, Francisco Lopes, cabeça de lista por Setúbal, defendeu que "cada voto em branco" e a abstenção significam "baixar os braços". E destacou ainda que nunca poderão dizer que é o voto na CDU que "abre caminho à Direita" para o Governo, contrariando o voto útil no PS.