Passos Coelho ganha estas eleições legislativas sem nunca ter exercido qualquer cargo político. Todo o seu percurso profissional, que começou em 1987 na Quimibro, está ligado à gestão de empresas. Até essa data, o líder do PSD apenas tinha ocupado cargos partidários.
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O seu mais directo adversário, José Sócrates, aproveitou esta falta de experiência governativa para atacá-lo no frente-a-frente televisivo, mas Passos Coelho lembrou-lhe que David Cameron foi eleito primeiro-ministro do Reino Unido sem nunca ter ocupado qualquer lugar executivo.
O interesse de Passos Coelho pelo combate político começou cedo, talvez porque sempre preferiu a companhia dos mais velhos aos miúdos da sua idade.
Um hábito que ganhou em Angola, onde viveu com a família entre os cinco e os 10 anos. O pai, o médico pneumologista António Passos Coelho, realizava tertúlias com os amigos para falar sobre política e Pedro foi sempr eum espectador atento e interessado.
De regresso a Portugal, a família instalou-se em Vale de Nogueiras, Vila Real. Os colegas do liceu Camilo Castelo Branco estranhavam essa sua preferência pela companhia das pessoas mais velhas, que fez com que se tornasse adulto mais cedo.
Foi neste liceu transmontano que deu os primeiros passos na actividade política. Começou por aproximar-se de um grupo de estudantes comunistas tendo, inclusive, aos 12 anos, participado num congressão da União dos Estudantes Comunistas, em Lisboa.
Dois anos mais tarde, em 1978, durante as férias de verão, participou num campeonato de cartas organizado pela Juventude Social-Democrata (JSD) de Vila Real. Gostou do ambiente e, principalmente, do debate de ideia que era promovido. Inscreveu-se na JSD, longe de pensar que seria o presidente desta estrutura partidária com o mais longo mandato.
Em 1999, afasta-se da política. Regressa em 2005, pelas mãos de Marques Mendes, mas por pouco tempo. O regresso definitivo seria em 2008, quando se candidatou pela primeira vez á presidência do PSD. Foi derrotado por Manuela Ferreira Leite, que o afastou das listas das eleições legislativas do ano seguinte.
Passos Coelho não desistiu. Criou um grupo de reflexão na área do PSD, designado "Construir Ideias", enquanto preparava nova candidatura à liderança do partido. Acabou por ser eleito a 26 de Março do ano passado, com 61% dos votos.<p>Desde então, reuniu uma equipa de fiéis colaboradores para lançar a sua candidatura a estas eleições legislativas.