Atraídos pelo preço acessível dos bilhetes, bom tempo e gastronomia apetecível, dezenas de milhares de turistas estrangeiros estão a acorrer aos festivais de verão portugueses. Só no último mês foram 30 mil.
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Em pouco mais de um mês, dois festivais de música atraíram 30 mil turistas estrangeiros a Portugal.
Se no Optimus Primavera Sound, realizado no Porto entre 7 e 10 de junho, os visitantes internacionais estiveram em maioria - mais de 12 mil num total de 22 mil espectadores -, no Optimus Alive a presença de forasteiros foi ainda superior: 16 mil.
Segundo Álvaro Covões, da promotora Everything is New, a legião de turistas, oriundos de 53 países, foi responsável direta por 39 mil dormidas, número que, estranhamente, passa à margem do conhecimento da Associação da Hotelaria de Portugal, que desvaloriza o impacto destas presenças.
Com mais três festivais no horizonte, é provável que a fasquia de 50 mil turistas seja ultrapassada. No "Marés Vivas", esperam-se 4 mil e Paredes de Coura, dada a proximidade da Galiza, costuma ser invadida por espanhóis.
O protagonismo português neste segmento não tem passado à margem da imprensa internacional de referência, que frequentemente coloca os festivais lusos entre os melhores. No fim de semana passado, a agência espanhola EFE elegia Portugal como "o novo paraíso dos apreciadores de música ao vivo", definição que não surpreende Jorge Silva, promotor do Festival Marés Vivas: "Temos os bilhetes mais baratos do Mundo, a que se soma ainda o sol e a boa comida".
No seu conjunto, os sete principais festivais portugueses envolvem verbas que rondam os 45 milhões de euros, mais de metade dos quais gerados pelo Rock in Rio-Lisboa. A venda de bilhetes continua a ser a principal fonte de receitas, mas os patrocínios estão a ganhar peso crescente.