Sindicatos de professores esperam o apoio dos partidos da oposição, em maioria no Parlamento, para pôr fim a medidas polémicas do governo cessante.
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"O nosso desejo era que, ganhasse quem ganhasse, não ganhasse com maioria absoluta", disse o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, à Agência Lusa.
"Um dos problemas dos últimos quatro anos e meio é que a maioria absoluta não soube negociar", nem "funcionar com as regras da democracia", acrescentou.
Mário Nogueira salientou que na última legislatura houve propostas que uniram toda a oposição na Assembleia da República - como a de "contestação ao modelo de avaliação e o fim da divisão da carreira dos professores em duas" - mas que não foram para a frente devido "ao veto sistemático da maioria do governo".
O sindicalista considera que "estão agora criadas melhores condições, porque tudo leva a crer que os partidos irão manter as suas posições em relação àquilo que defenderam e, se assim for, há medidas que foram tomadas e que têm os seus dias contados".
Também João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), afirmou que recorrerá aos partidos da oposição para corrigir o que considera estar mal na Educação.
"O Parlamento ganhou maior intervenção e na próxima legislatura não deixaremos de, junto dos partidos políticos na AR, relembrar posições tomadas no passado, no sentido de corrigir orientações do governo anterior, decididas sozinhas e com a contestação generalizada de todos os partidos", realçou.
Assim que souber quem é o próximo ministro da Educação, a FNE entregar-lhe-á um roteiro para a legislatura com as medidas consideradas necessárias no sector, que já apresentou aos partidos políticos.