<p>O secretário nacional do PS para as autárquicas colocou em baixo a fasquia eleitoral para 11 de Outubro, ao assumir que o objectivo essencial do partido não é conquistar a presidência da Associação Nacional de Municípios. </p>
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Miranda Calha apresentou ontem o manifesto eleitoral autárquico e os cabeças-de-lista socialistas (ler caixa) e limitou-se a estabelecer como meta para o partido ter mais votos e conquistar mais autarquias.
Ao ser questionado pelos jornalistas se daí decorre o objectivo de ficar à frente do PSD em número de presidências de câmara, o dirigente socialista acentuou que "não é essencial para o PS ganhar a presidência da Associação Nacional dos Municípios Portugueses", liderada pelo PSD desde 2001.
"O PS ambiciona ter a presidência de todos os 308 municípios, mas não queremos fazer o uso numérico só para conquistarmos a presidência da Associação". A seguir, Miranda Calha ainda esclareceu que a principal preocupação dos socialistas é "ter na gestão autárquica eleitos que resolvam os problemas das populações".
Pouco interessado em particularizar o caso das maiores autarquias, onde a luta com o PSD é renhida, Miranda Calha acabou por ter que afirmar, devido à insistência dos jornalistas, que o objectivo para Lisboa "é manter a presidência da Câmara" e que para o Porto, "tem a maior confiança que a candidatura do PS seja vitoriosa, até porque é encabeçada por uma mulher", Elisa Ferreira.
Objectivos à parte, os socialistas chamaram os jornalistas à sede nacional do Largo do Rato para apresentarem as ideias centrais do manifesto eleitoral. Entre elas, destaca-se o compromisso pela criação da Carta Social Municipal, uma forma de actuar nas áreas do apoio social, como actualmente as autarquias já fazem na educação.
Como acentuou Rui Solheiro, o presidente da Associação de Autarcas Socialistas e da Câmara de Melgaço, "a educação, a saúde e a pobreza são as três áreas centrais nas quais as autarquias têm de dar resposta aos problemas das populações".
A racionalização do consumo de energia, o investimento nas energias alternativas, a preservação do património ambiental e a aposta nas novas tecnologias são os outros principais compromissos enunciados no manifesto. Tudo isto, como salientou Rui Solheiro "procurando soluções supra municipais e envolvendo mais activamente os cidadãos e, em particular os jovens".
A preocupação com o envolvimento dos jovens também terá estado presente na elaboração das listas. Há seis cabeças-de-lista com menos de 30 anos e a renovação de quadros situa-se nos 64%, particularmente nos 198 municípios onde o PS está na oposição.
Para que a lei da paridade (que obriga a que um em cada três candidatos seja de sexo diferente) seja cumprida, os socialistas candidatam este ano 31 mulheres a presidentes de Câmara, quase o triplo que há quatro anos.
* com Paulo Martins