Flash interview com Sérgio Sousa Pinto, 37 anos, deputado do PS
Corpo do artigo
Quando era líder da Juventude Socialista, sentia-se o Cristiano Ronaldo da política portuguesa?
Fiz uma boa época, mas a verdade é que marquei poucos golos.
Ter sido deputado europeu foi o equivalente a ser convocado para a Selecção?
Não. Em termos políticos, o Parlamento Europeu continua a ser, infelizmente, uma espécie de divisão de honra.
Agora que já cá está, alguma vez deu consigo a pensar que talvez uma vuvuzela desse jeito a Jaime Gama?
Não sei o que é ou para que serve essa vuvuzela. Alguma vila que quer passar a município?
Qualquer semelhança entre um debate parlamentar e um jogo de futebol é pura coincidência?
Parece que os jogos têm mais audiências...
Se houvesse contratações na política como há no futebol, quem gostaria de seduzir para o PS?
Com honrosas excepções, o PS não tem tido sorte nas contratações dos últimos 15 anos.
O mau feitio de Wayne Rooney é lendário. Anteontem, o árbitro Jeff Selogilwe afirmou que ele “é um futebolista fantástico, mas de temperamento difícil, o que pode valer-lhe a expulsão”. Assim, de repente, faz-lhe lembrar alguém do Governo?
O mau feitio é um defeito que anda frequentemente associado a grandes qualidades.
Sendo o Mundial uma das competições mais lucrativas da FIFA, sobretudo por causa dos patrocínios, que este ano podem ascender aos 700 milhões de euros, acha que se os políticos usassem Nike nos pés e Coca Cola nas mãos, o PS teria uma dívida mais pequena?
Tenho visto muita gente a sujeitar-se a tristes figuras, por razões eleitoralistas e demagógicas. E ainda vou ver mais, estou convencido.
A lesão de Nani está para a Selecção como, aparentemente, a de Luís Amado poderá vir a estar para o Governo?
Luís Amado não está lesionado. Pode, pois, continuar na Selecção.
As comemorações de hoje – 10 de Junho – foram alvo de redução de custos. Entende por que razão só no futebol nunca há contenção de despesa?
Não consigo entender várias coisas em matéria de futebol. A minha curiosidade também é limitada.
O que é mais motivador: o inesperado crescimento de 1,8% do PIB da economia portuguesa ou a vitória de Portugal contra Moçambique?
Num país normal, o crescimento do PIB com uma taxa de 1,8% é infinitamente mais importante que o resultado de qualquer jogo de futebol. Estamos a falar da criação de postos de trabalho e do aumento das receitas públicas para financiar a despesa, que é maioritariamente despesa social.